Medidas de segurança frustram policiais no RS
A governadora Yeda Crusius e o secretário da Segurança Pública, José Francisco Mallmann, anunciaram na manhã de quinta-feira (14) onze medidas para reestruturar a secretaria, valorizar os servidores e reequipar as polícias civil e militar do Rio Grande
Publicado 14/02/2008 17:15 | Editado 04/03/2020 17:12
Apesar do anúncio, os servidores tanto da polícia militar quanto da civil ficaram frustrados com as medidas do governo, de quem eles esperavam bem mais. No caso dos militares, a governadora não tocou no tema da matriz salarial da categoria, que tem prazo para ser resolvido até o próximo dia 29. Os brigadianos reivindicam 2% de aumento no índice da matriz, que já não foi dado no ano passado.
Leonel Lucas, presidente da Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar (ABAMF) ainda cita a falta de concursos internos na corporação, que não ocorrem há dois anos, e critica a contratação de PM's temporários. De acordo com o policial, o déficit de policiais militares nas ruas gaúchas já chega a 14 mil.
“No que tocava ao servidor de Segurança Pública, a única novidade é que o secretário disse que fará uma carteira digitalizada para a Susepe e o IGP. O da Brigada já é digitalizada. Esse foi o único incentivo que vimos lá. E 500 PM's temporários, para nós, não adianta. O Rio Grande do Sul já mostrou que PM temporário não é saída para a Segurança. Temos aí 1,5 mil policiais temporários e não temos segurança no RS”, diz.
A situação de descontentamento também abrange os servidores da Polícia Civil. O item positivo, avalia Isaac Ortiz, presidente do UGEIRM Sindicato, foi a nomeação dos 242 escrivães, que esperavam há cem dias o encaminhamento do Estado para começarem a trabalhar. No entanto, o governo deixou de fora os 250 inspetores de polícia, que também aguardam ser nomeados, mas anunciou concurso público, o que para Isaac é uma contradição.
“Anuncia a realização de concurso público e não nomeia nem o que tem ainda? Se tem realmente alguma preocupação com a Segurança Pública nomeia todo mundo e anuncia o concurso público”, afirma.
O sindicalista avalia que a não-nomeação dos inspetores deve dificultar o “Mutirão Contra a Impunidade” anunciado nesta quinta-feira pela governadora. A idéia do mutirão, composto por 50 agentes e 4 delegados, é finalizar 27 mil inquéritos policiais em 16 municípios gaúchos.
Chasque