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Oposições se unem para formar governo no Paquistão

Os dois partidos da ex-oposição depois de vencerem as eleições legislativas desta segunda-feira no Paquistão, vão formar um governo de coalizão. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (21) pelos seus dirigentes, o ex-primeiro ministro Nawaz Sharif e o viú

“Nós entramos em acordo sobre um programa comum. Vamos trabalhar em conjunto para formar um governo federal e também nas províncias”, afirmou Sharif, em uma entrevista coletiva de imprensa. Ao seu lado, Zadari confirmou os propósitos do seu agora aliado. “Tencionamos permanecer unidos, formar uma bancada no Parlamento e reforçar em conjunto o Paquistão”, prometeu.



Zadari indicou igualmente que a primeira medida na agenda do novo governo será pedir ajuda à ONU na investigação sobre o assassinato de sua mulher, a ex-primeira ministra Benazir Bhutto, morta em um atentado em 27 de dezembro de 2007.



Longa tradição de conflito



O bloco do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, sofreu uma derrota demolidora nas eleições de segunda-feira (18). O PPP (Partido do Povo Paquistanês), a sigla conduzida por Zadari, chegou em primeiro, com 85 deputados eleitos, seguido pela PML-N (sigla em inglês da Liga Muçulmana do Paquistão, com a letra N representando Nawaz), de Nawaz Sharif (64 cadeiras), com grande dianteira sobre a Liga Muçulmana do Paquistão, que apóia Musharraf (a PML-Q, que obteve 36 cadeiras) e seu tradicional aliado, o MQM (Movimento Muttahida Quami, 19 cadeiras).



O PPP e a PML-N têm uma longa tradição de hostilidade e conflito. Embora sua maioria seja confortável, eles não têm os dois terços dos votos no Parlamento, necessários para reformar a Constituição ou para destituir o presidente Musharraf. Serão obrigados a se compor com ele. E Musharraf poderia jogar com as divisões do passado para colocar a coalizão em dificuldades.



Fonte: Le Monde