CPI dos Cartões: Rands diz que mudança exige tranqüilidade

''A regra que estava colocada era da proporcionalidade partidária. A liderança do governo no Senado está com uma posição diferente e eu entendo as razões da liderança, porque no Senado existe uma outra correlação de forças”, fala o líder petista.

Segundo o líder, o PT está dialogando com os membros da base do governo no Senado e na Câmara, e trocando idéias também com alguns ministros. “Portanto, não precisamos nos precipitar. Vou aguardar as consultas feitas para ter uma definição tranqüila de como será a posição do PT diante do novo contexto de compartilhamento do comando da CPI'', ressaltou Rands.

Rans acha que é natural que haja desdobramentos. ''Durante o dia de hoje havia um tendência de encaminhamento pelo respeito a proporcionalidade partidária no comando da CPI. Houve uma mudança, e diante disso, estamos refazendo o processo de consulta para termos uma posição equilibrada e serena'', disse.

O líder do PT destacou que a decisão do partido será no sentido de ''assegurar a seriedade e eficiência'' das investigações da CPMI. ''A posição da bancada do PT será no sentido de dar contribuição para que essas investigações sejam feitas com seriedade e eficiência, levando em consideração que o Congresso Nacional precisa cumprir o seu papel nessa questão e precisa também apreciar a agenda positiva que está colocada'', frisou Maurício Rands.

Cargos

Questionado se o PT quer trocar a relatoria da CPMI pela presidência, o líder Maurício Rands afirmou: ''estamos discutindo várias hipóteses''. Ela afirmou ainda, que diante do novo cenário ''estamos dialogando com nossos aliados no Senado e na Câmara. A posição da bancada do PT é fazer com que a composição da CPI seja a que garanta a maior eficiência dos trabalhos de investigação''.

Rands afirmou que a decisão sobre a distribuição dos cargos na CPI mista ficou para a próxima semana. O líder stá procurando lideranças da base aliada na Câmara e no Senado para tentar convencê-los da proposta de troca. ''Estamos conversando e não tem porque haver pressa porque deve ficar tudo para terça-feira (4)'', disse.

Governo

O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS) comentou o acordo no Senado, que passou ao PSDB a presidência da CPMI. '' Não dá para fazer disso um cavalo de batalha, como se fosse algo absolutamente decisivo'', disse.
Fontana acha que a CPMI ''é totalmente dispensável''. ''Continuo dando muito pouca importância a essa comissão. Acho que o tema dos cartões pode ser muito melhor analisado pelo Ministério Público, pela Controladoria Geral da União e pelo Tribunal de Contas da União'', afirmou o líder do governo na Câmara.

Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, voltou a confirmar o acordo fechado com a oposição de o PMDB abrir mão da presidência da comissão em favor do PSDB. ''Cabe ao PT da Câmara indicar o relator, não vou entrar no mérito desta questão interna do partido”, disse jucá.

“ Acho que eles têm todo o direito de indicar o relator, mas se não quiserem indicar o relator a Câmara tem que verificar que solução vai dar. Pelo entendimento, a comissão é conjunta, coube a presidência ao Senado e o PMDB, que tinha o direito regimental de indicar o presidente, abriu mão ao PSDB dentro de um clima de entendimento. Tudo combinado, tudo de acordo'', afirmou o relator.

De Brasília
Alberto Marques
Com Agências