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Presidente da França critica ação que matou líder das Farc

O presidente francês Nicolas Sarkozy pediu neste sábado (1º) que se leve em conta as ''considerações humanitárias'' na Colômbia, numa reação de crítica à morte do porta-voz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pelo exército colombiano. Em

''A morte de um membro de alto escalão das Farc, Raul Reyes, em operações militares aparentemente direcionadas, acontece num momento crucial, quando todos os esforços deviam ser canalizados para reforçar o impulso positivo que começou com a libertação unilateral de vários reféns'', anunciou à presidência francesa em uma nota.



Apelo ''a todas as partes''



Sarkozy ''apela a todas as partes envolvidas para que defendam as considerações humanitárias, a fim de consolidar a dinâmica em curso e facilitar os esforços para a libertação dos reféns na Colômbia'', afirma o comunicado, divulgado durante visita oficial de Sarkozy à África do Sul.



O governo Sarkozy está implicado na crise colombiana porque Ingrid Betancourt – a mais midiatizada entre os prisioneiros das Farc – possui cidadania francesa (por ter sido casada com um natural daquele país). A  ex-candidata presidencial do Partido Verde está presa há seis anos e Sarkozy já se ofereceu até para ir à Colômbia mediar o seu resgate. Na nota de hoje, o presidente francês ''reitera o seu apelo às Farc para que libertem rapidamente a nossa compatriota Ingrid Betancourt''.



Descrito pela mídia internacional como o número dois da guerrilha colombiana, Raul Reyes, foi morto na madrugada deste sábado pelo exército, segundo anunciou em Bogotá o ministro da Defesa Juan Manuel Santos. Ele estava em território equatoriano, o que não impediu que a força aérea da Colômbia bombardeasse seu acampamento, e que suas tropas violassem a fronteira do país vizinho para resgatar os cadáveres.



Comitê pró-Ingrid: ''Inaceitável''



A ação de guerra, dois dias depois da libertação de mais quatro prisioneiros pelas Farc, também causou reações no movimento francês pela libertação de Ingrid. ''Estamos roídos pela inquietação'', disse o porta-voz do Comitê de Apoio a Ingrid. ''Faz meses que pedimos às Farc e ao governo colombiano que dialoguem, e em vez disso eles continuam a se matar. É inaceitável!''.



O porta-voz disse que logo após o anúncio da ação militar Fabrice Delloye, lider do movimento, telefonou a Sarkozy na África do Sul para se informar. O presidente disse que entraria em contato imediatamente com Hugo Chávez – que coordena um esforço de mediação visando o intercâmbio humanitário de prisioneiros.



Da redação, com agências