Mário Ângelo: história desmistificou preconceitos
O presidente regional do PCdoB/Piauí Mário Ângelo Meneses analisou a trajetória de 86 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e disse que a história do partido contribuiu para desmistificar o preconceito que existia contra os comunistas no País.
Publicado 25/03/2008 13:18 | Editado 04/03/2020 17:02
Para ele, a votação eleitoral que o partido tem conseguido nas últimas eleições representa a aceitação, por parte dos brasileiros, das idéias do PCdoB. “A participação do partido nos governos, no legislativo vem demonstrando a aceitação das idéias do partido por parcelas da população desmistificando os preconceitos anticomunistas, até então reinante no imaginário da população”, comentou o presidente.
Fundado em 1922, o PCdoB passou anos na clandestinidade, mas é o partido que está há mais tempo em atividade no País. No seu aniversário, o Partido comemora o maior período em atividade legal no País. A partir de 1985, o PCdoB entra na cota dos partidos legalizados do Brasil. “São 23 anos de legalidade ininterruptos, onde os comunistas brasileiros sobre tudo piauiense tem a oportunidade de apresentar a sociedade brasileira suas idéias, sobretudo tem contribuído em administrações progressistas, desde prefeituras, governo de estado e no governo federal”, completou Mário Ângelo.
No Piauí o partido nasceu na década de 80 através da organização no movimento estudantil e comunitário. Hoje o PCdoB detém o mandato de deputado federal, estadual, 62 vereadores, três prefeitos, três vice-prefeitos no Piauí e continua com forte atuação nos movimentos estudantil, comunitário e rural.
História
O PCdoB vinca uma trajetória na história política nacional de luta democrática, patriótica e popular, destacados êxitos e também revezes importantes; com influência política crescente em grande contingente de trabalhadores e em apreciável camada da elite pensante nacional; com períodos de zig-zags políticos, vivendo a maior parte do tempo sujeito a pesadas perdas e a adversidades próprias dos ciclos de poucas aberturas e longas restrições à democracia que o Brasil atravessou no século passado.
Teve que se reorganizar várias vezes, se reestruturar e se recompor em inúmeras ocasiões. Desde a reorganização do PCdoB, em 1962, apesar das vicissitudes da época, sua trajetória tem construído uma resultante singela e exitosa. As vitórias democráticas a partir do início da década de 80 no Brasil, a conquista da legalidade partidária e, por outro lado, as derrocadas, no final dessa década, das primeiras experiências socialistas do século passado, impuseram aos comunistas brasileiros exigências e desafios de novo tipo. Vitória mais significativa foi responder à profunda crise teórica e ideológica nos anos 90, mantendo a identidade do Partido Comunista do Brasil e seus princípios básicos, procurando plasmar, ao mesmo tempo, uma feição moderna e não perdendo de vista seus objetivos maiores articulados com uma tática ampla e flexível e métodos inovadores.
O Partido Comunista do Brasil cresceu e ampliou sua influência nestes anos do ciclo político inaugurado com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República. Avançou na linha de renovação da concepção e da prática do partido procurando, com originalidade, formas e meios em correspondência com o curso da luta política, tendo em vista empreender mudanças democráticas mais profundas no país.
Desde meados de 2006, o Comitê Central do PCdoB, baseado no curso do avanço democrático no Brasil e na América do Sul, e no desenvolvimento da experiência partidária, definiu importante orientação de renovação da concepção política e partidária consistente na anunciada indicação: maior afirmação do partido e mais ousadia na tática para alcançar os seus objetivos políticos.
O PCdoB atravessa um momento de expansão, conseguindo grandes passos na construção partidária. Possui uma bancada de 13 deputados federais e um senador no Congresso Nacional, que cresce em autoridade e influência política, e de 14 deputados estaduais, de 10 prefeitos e de 330 vereadores. As suas fileiras já ultrapassam 230 mil filiados, aproxima-se de 100 mil militantes e conta com uma estrutura de quadros na casa dos 20 mil integrantes, que representa sua principal riqueza política.
De Teresina,
Daiane Rufino