Republicanos preparam “artilharia pesada” contra democratas
Enquanto os pré-candidatos Hillary Clinton e Barack Obama continuam brigando pela indicação democrata, o Partido Republicano prepara sua máquina de ataques para a eleição. Em novembro, os republicanos pretendem usar contra Obama o rótulo de “elitista”, o
Publicado 27/04/2008 13:30
Caso Obama seja o indicado, a idéia é mostrá-lo como um professor universitário esnobe, alienado em relação aos problemas da grande classe trabalhadora americana. Alguém que prefere um vinho a uma boa cerveja. Duvidar do patriotismo de Obama e de sua experiência em política externa também são armas incluídas no arsenal republicano.
Esse processo de “assassinato de caráter” será usado para desviar a atenção das questões prejudiciais aos republicanos: a guerra no Iraque e a recessão econômica. Em contrapartida, serão reforçadas as credenciais de herói de guerra e sujeito honesto de John McCain, candidato do partido.
Caso Hillary seja a indicada dos democratas, a ordem é desencavar todos os escândalos financeiros e sexuais dos tempos em que seu marido, Bill Clinton, ocupava a Casa Branca, inclusive requentar algumas velhas histórias. No processo de montar essa máquina de ataques, os republicanos contaram com a ajuda da própria Hillary, que abriu a temporada de ataques contra Obama.
Mais farpas entre democratas
Enquanto os republicanos se armam, os pré-candidatos democratas continuam a se digladiar. Nesta semana, elea deram ênfase a sua agenda econômica e trocaram farpas sobre impostos aplicados a combustíveis em seu giro pelo Estado de Indiana antes da prévia local de maio, que será decisiva para a indicação do candidato do partido na disputa presidencial.
Hillary está atrás de Obama em votos e número de delegados que decidirão a candidatura do partido na eleição de novembro. Ela desafiou Obama, senador por Illinois, a participar de um debate televisionado com ela, sem moderadores. O comando da campanha de Obana recusou.
Obama passou uma mensagem populista ao tentar alcançar os eleitores da classe trabalhadora que asseguraram a vitória a Hillary na eleição primária da Pensilvânia, realizada na terça-feira.
“Se a economia está crescendo e sua renda está caindo, o que está acontecendo? Isso significa que alguém está se dando bem, como um bandido”, disse Obama a cerca de 2.000 pessoas na cidade de Marion, citando cortes de impostos no governo de George W. Bush que beneficiaram os ricos e não a classe média.
Obama se posicionou contra a remoção de um imposto sobre a gasolina nos meses de verão (a partir de junho) — medida apoiada por Hillary e McCain –, dizendo que isso pode não levar à redução de preços e iria exaurir um fundo usado para construção de estradas.
“A única maneira que temos para baixar os preços da gasolina a longo prazo é começar a usar menos petróleo”, disse Obama na cidade de Anderson.
Indiana realizará a prévia para indicação de seu candidato em 6 de maio e as pesquisas mostram uma disputa equilibrada. Como outros norte-americanos, os moradores do Estado estão preocupados com a alta dos preços dos combustíveis, a crise no sistema de financiamento habitacional, perda de empregos e uma economia cambaleante.
Hillary lançou um anúncio de campanha e pediu a suspensão do imposto sobre a gasolina.
“Hillary Clinton sabe que é hora de agir, de pegar alguns dos lucros inesperados que o setor petrolífero está tendo no momento para que paguem a suspensão do imposto sobre a gasolina neste verão, de investigar as gigantes do petróleo por extorsão e conluio”, dis o anúncio.
Um porta-voz de McCain — que tirou o dia de folga na campanha — disse que Obama voltou atrás, pois havia apoiado antes a ação sobre preços da gasolina.
“Os preços da gasolina estão no seu valor mais alto e, em vez de adotar uma posição forte pelos norte-americanos que trabalham duro, Barack Obama voltou atrás em seu apoio a um alívio nos impostos sobre a gasolina”, disse Tucker Bounds, em um comunicado.
Da redação,
coma agências