Escuta BH discute desenvolvimento urbano na capital
Dando seqüência nos seminários do Movimento Escuta BH, ocorreu nesta última sexta-feira (25), no auditório da Assembléia Legi
Publicado 28/04/2008 18:00 | Editado 04/03/2020 16:52
Mesa de debate com profesores da PUC e da UFMG
Para este debate foram convidados a professora, doutora e pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Humano da PUC Minas, Maria Inês Nahas, a professora de arquitetura da UFMG e doutora especialista em Desenvolvimento Urbano, Jupira Gomes, e o urbanista do Instituto Horizontes, Rodrigo Andrade. O evento que teve como tema “Alternativas para o Desenvolvimento Urbano”, contou com a participação de diversas autoridades ligadas a movimentos sociais e com a presença do vereador Paulão (PCdoB-BH). Para dar início ao debate a coordenadora do projeto Dalva Stela, chamou para participar da mesa os debatedores.
O urbanista Rodrigo Andrade deu início ao debate dizendo que o porte da cidade de Belo Horizonte pede mais precisão na questão territorial. “BH precisa pensar que a resolução de seus problemas está nos municípios. Deve haver uma interlocução entre os setores público, privado e comunitário. Assim, BH tem que ser planejada com os municípios e os setores”, afirmou o urbanista. Ainda para Rodrigo Andrade, deve-se pensar nos problemas estruturais da capital. “É necessário a criação de projetos emergenciais”, afirmou Rodrigo. Para o urbanista é preciso melhor o sistema de metrô, aumentando os trechos que se podem ser feitos dentro dos municípios. “É preciso aumentar a malha, a estrutura urbana formada não é viária”, afirmou ainda o urbanista.
Para Rodrigo Andrade deve haver bolsões que façam grandes estruturas no centro e no hiper-centro de BH, reforçando medidas de uso do solo para a consolidação das nucleações (Barreiro, Venda Nova e Serra Verde). “A estrutura de BH ficará mais equilibrada par satisfazer as necessidades do centro de BH”, explicou o urbanista.
Já para a professora Jupira Gomes, devem-se concentrar os investimentos na infra-estrutura. “O grande problema é que a estruturação da cidade é resolvida na informalidade e há uma intolerância dos governos nessa informalidade”, afirmou a professora. Para a professora houve um crescimento da política urbana no Brasil na década de 1970, e que deve haver uma expansão dessa política. Ainda segundo a doutora e especialista em Desenvolvimento Urbano, a idéia de cidade para ela, é produzida a partir de diversos sujeitos (gestão democrática) e não só pelos governantes. De acordo com Jupira, deve haver obras de estruturação na cidade. “BH cresceu de forma centralizada, deve haver uma descentralização, pois o território em Belo Horizonte está elitizado”, concluiu Jupira.
Durante todo o debate foram discutidas melhores formas de desenvolvimento para a capital. No debate da professora Maria Inês, ela apresentou índices da prefeitura, sobre a participação popular e as prioridades de investimento. “Os indicativos sociais mostram uma melhor qualidade de vida”, acrescentou Maria Inês.
O próximo debate do Escuta BH “Gestão Democrática” será no dia 15 de maio às 18 horas.
De Belo Horizonte,
Ana Carolina Cervantes.