Aberta a temporada de forró em Sergipe

Sergipe abriu, neste final de semana, a tempora da de forró. Na sexta aconteceu a abertura do Forró Siri, em Nossa Senhora do Socorro. Sábado foi a vez de Capela realizar a tradicional Sarandaia e Areia Branca dar início ao São João de Paz e Amor. Nest

Segundo uma pesquisa realizada no ano passado pela Secretaria de Estado do Turismo, passaram pelo Arraiá do Povo, no mês de junho, mais de quatro mil turistas, muitos deles inclusive de outros países. O forró na orla prossegue até o dia 29, coincidindo com a programação do Forró Caju, ao lado do Mercado Albano Franco, que será de 14 a 29 de junho. Para o secretário de Estado do Turismo, João Augusto Gama, há espaço para as duas festas. Só no Forró Caju são esperadas cerca de 100 mil pessoas por noite, principalmente nas vésperas de São João, que terá como atrações principais Dominguinhos e Calcinha Preta, e São Pedro, com Flávio José e Elba Ramalho.


 


 


Capela e Estância procuram conservar a tradição. Em Capela, o forró só pôde ser tocado neste sábado até a meia-noite. Depois disso, foram as bandas de pífanos que saíram pelas ruas da cidade acompanhando os brincantes da Sarandaia no recolhimento dos prêmios que serão colocados no mastro, no dia 29 de junho. Em Estância, além dos grupos folclóricos e quadrilhas, a tradição é o concurso de barco-de-fogo e a guerra de espadas, um espetáculo de luz que encanta principalmente os turistas. Os dois municípios receberam incentivos do Estado para realizar a festa.


 


 


Em Itabaiana, a Festa do Caminhoneiro, que atrai gente de todas as partes do país, acontecerá de 10 a 13, com grandes atrações nacionais, a exemplo de Chitãozinho e Xororó, Reginaldo Rossi, Cavaleiros do Forró e o padre Antônio Maria, encerrando a programação no dia de Santo Antônio. Em Itaporanga D’Ajuda, a festa será aberta no dia 14 e prossegue nos dias 22 a 24, 28 e 29, com Calcinha Preta, Aviões do Forró, Leonardo e Beto Barbosa. O Forró Siri, em Socorro, comemora tradicionalmente o São Pedro e de 26 a 29 levará ao palco Passarada do Ritmo, Calcinha Preta, Adelmário Coelho, Capim Cubano e Chiclete com Banana.


 


 


Uma das novidades este ano no Forró Caju é a reforma do piso da praça Hilton Lopes, entre o mercado Albano Franco e Thales Ferraz. Saíram os paralelepípedos e agora a área está totalmente plana, facilitando o arrasta-pé. Além dos dois palcos principais e o palco alternativo, haverá no local um grande arraial com trio de sanfoneiro, apresentação de quadrilhas, posto de informações turísticas, a estrutura do Samu, postos da polícia e até professor de dança para quem não acompanha bem o tradicional ritmo nordestino.


 


 


Marinete


 


 


E que tal um passeio de ônibus pelos pontos turísticos de Aracaju ao som do tradicional pé-de-serra? A partir do dia 14 de junho, um ônibus tipo jardineira vai circular diariamente, saindo às 14 horas do Hotel da Costa, na orla de Atalaia, passando pelo mirante da 13 de Julho, mercados, orlinha do bairro Industrial e colina do Santo Antônio. O ônibus volta pela praça Olímpio Campos, onde as pessoas poderão conhecer a Catedral Metropolitana e a Galeria de Artes Álvaro Santos. Todo o percurso dura aproximadamente quatro horas e não há qualquer custo para os passageiros. Além da decoração junina, haverá um guia turístico e trio de forró comandado por Robertinho dos Oito Baixos.


 


 


Fórum do Forró


 


 


A sétima edição do Fórum do Forró, realizado pela Prefeitura de Aracaju, vai discutir a obra e também fazer uma homenagem ao pernambucano Dominguinhos. As inscrições estão abertas até terça-feira e podem ser feitas na sede da Funcaju, localizada na rua Estância, 39, no Centro, das 8h às 12h, e das 15h às 18h. O fórum acontecerá de 3 a 5. A abertura será às 19 horas, no Teatro Tobias Barreto, com show de Dominguinhos. Nos outros dias, a programação será realizada no Teatro Atheneu. Ao final do fórum, os inscritos receberão certificado de participação.


 


 


Segurança


 


 


A Polícia Militar vai trabalhar com um efetivo de 13,5 mil soldados no período junino em todo o Estado, um aumento superior a 30% em comparação a 2007. A capital receberá o maior contingente. Cerca de 314 soldados trabalharão em cada um dos 14 dias do Forró Caju. Já o Arraiá do Povo somará 265 policiais a cada uma das 12 noites. O Forró Siri, em Socorro, contará com 150 policiais em cada um dos 16 dias de shows. O mesmo acontece com o município de Barra dos Coqueiros, que terá 70 militares em cada um dos sete dias de forró.


 


 


Nas vésperas e nos dias de São João e São Pedro, por exemplo, o efetivo empregado quase triplica. Serão 670 policiais trabalhando ao mesmo tempo em quatro grandes eventos. Já nos dias 28 e 29, o número de eventos sobe para cinco e o contingente diário chega a 900 pessoas. Além disso, o Comando do Policiamento Militar da Capital (CPMC) levará outros 1.500 soldados a dezenas de pequenos eventos nos bairros. A PM oferecerá remuneração a mais aos policiais que trabalharem em seus horários de folga, aumentando assim a capacidade de cobertura da instituição.


 


 


Fogueiras


 


 


O brilho das fogueiras e dos fogos não pode faltar nas festas juninas. Tanto que, desde o final de abril, comerciantes já se posicionaram nas calçadas da Ceasa, no bairro Getúlio Vargas, tomando o espaço com fogueiras que podem custar de R$ 5,00 a R$ 30. Já na Coroa do Meio, 23 barracas foram montadas no início de maio e a expectativa dos comerciantes é que as vendas sejam melhores este ano. Os fogos mais procurados e mais baratos são chuvinha e traques. A caixa de traque é vendida por R$ 1,00 e a dúzia de chuvinha custa R$ 1,50.


 


 


O comerciante Luiz Soares, que há 40 anos vende fogos, diz que os importados também saem bastante, a exemplo do pinhão colorido, que custa R$ 7,00 a caixa com 12 unidades, e o pirilampo, cuja caixa com seis unidades pode ser encontrada até de R$ 4,00. Ele diz que o comércio no local só é aquecido a partir da segunda quinzena de junho. Quase metade dos consumidores paga as compras no cartão de crédito. No ano passado, Luiz Soares chegou a faturar R$ 6 mil só no mês de junho. “É um lucro bom”, garante.


 


 


A renda extra também é certa para quem vende fogueiras. Marcelo Marques passa o dia e pelo menos quatro noites por semana na calçada da Ceasa vendendo fogueiras. Ganha R$ 100 por semana e no final de junho o dono do ponto ainda paga um extra. “Vale à pena”, comenta Marcelo. No ano passado, só na véspera de São João ele chegou a vender cem fogueiras. As mais caras, geralmente usadas para decoração, chegam a R$ 30. Os vendedores dão uma dica: as melhores madeiras para fogueira são as de eucalipto, jaqueira e cajueiro.


 


 


Origem


 


 


De origem européia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã “sempre verde” em árvore de Natal, a fogueira do dia de “Midsummer” (24 de junho) tornou-se, pouco a pouco, na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia. Na visão catolicista, a fogueira virou tradição porque surgiu de um acordo feito entre as primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista, e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte.


 


 


O uso de balões e fogos de artifício durante São João no Brasil está diretamente relacionado com o tradicional uso da fogueira. Segundo o pesquisador Luiz Antônio Barreto, “é ainda no braseiro das fogueiras que são assadas as espigas de milho, repetindo um hábito que desde os Tupinambás é registrado na bibliografia mais acreditada. Os fogos de queima e explosão – foguetes, chuvinhas, vulcões, rojões, pitus, espadas e busca-pés – contrastam com os fogos de artifício, que encantam as noites frias e estreladas do ciclo junino”.


 


 


Milho está mais barato


 


 


Festa junina sem canjica, milho assado, amendoim e bolo de macaxeira foge às tradições. Mas para levar esses alimentos à mesa o sergipano terá que pesquisar para não gastar além da conta. A boa notícia é que o milho ficará mais barato que em 2007, porque este ano a chuva foi generosa, aumentando a demanda. A mão com 12 espigas, que na véspera do São João passado foi vendida a R$ 20, este ano deverá sair pela metade do preço. Já o amendoim está um pouco mais caro: o saco subiu de R$ 60 para R$ 80.


 


 


Quem foi à Ceasa neste final de semana encontrou a mão do milho por R$ 15. Mas há duas semanas ela estava por R$ 25. “A tendência é baixar cada vez mais. Deus mandou muita chuva e o pessoal plantou no Dia de São José. De lá para cá não parou de chover. Este ano teremos muito milho mesmo”, comemorou o vendedor José Humberto Batista, que há 16 anos comercializa na Ceasa. Só em junho do ano passado, ele chegou a vender 10 mil espigas de milho.


 


 


Já o vendedor de amendoim Gilvan de Jesus disse que o ano passado o saco do produto custava de R$ 50 a R$ 60 e este ano está variando entre R$ 80 e R$ 90. “Mas não deixamos de vender, pelo preço não. As festas de escola e sindicatos compram bastante. É a melhor época do ano para a gente”, revelou. A lata do amendoim passou de R$ 1,00 para R$ 1,50. Este preço deve estacionar até a véspera de São João. Em 2007, só no dia 23, Gilvan vendeu 100 sacos de amendoim.


 


 


O coco seco ralado e a macaxeira são bastante procurados também por serem ingredientes essenciais para os bolos. Na Ceasa, o coco seco varia de R$ 1,50 a R$ 2,50 e o consumidor leva o produto ralado sem custo adicional. Para facilitar a receita, a macaxeira também é vendida ralada. O quilo deve passar de R$ 1,50 para R$ 2,00. “Vai ficar mais caro porque a farinha já subiu. Mas o pessoal procura bastante para fazer bolo”, disse a vendedora Josefa Nascimento.


 


 


Quem não quer ter muito trabalho na cozinha pode encontrar pé-de-moleque prontinho, a R$ 0,50. “Agora a procura ainda é pouca, mas no ano passado, na semana de São João, encomendei 600 e vendi tudo”, disse a vendedora Givanda dos Santos. Outro produto tradicional na mesa das festas juninas é a laranja. O cento varia entre R$ 8,00 e R$ 10, mesmo preço do ano passado.


 


 


“Vendi 30 mil laranjas em dois dias, na véspera de São João e de São Pedro”, revelou Carlos Antônio de Souza, que há 12 anos vende na Ceasa.


 


 

Fonte: Jornal da Cidade