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Estudantes da UFMS ocupam reitoria por paridade nas eleições

A reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, foi ocupada por cerca de 150 alunos na manhã de quinta-feira (7). Com as caras pintadas, os estudantes reivindicam o voto paritário, que garante igualdade no peso entre p

 



O protesto começou durante a reunião do Conselho Universitário (Coun), composto por 39 membros e presidido pelo atual reitor, Manoel Catarino Paes Peró. Pela manhã, ele decidiu manter as eleições não diretas, ou seja, os votos de alunos e servidores representam 15% cada, enquanto os professores têm 70% de participação.


 


“Hoje já são 25 Universidades Federais que optaram pelo sistema paritário em 2008. Uma universidade historicamente democrática como UFMS não pode se prender a argumentação jurídica. A vontade da comunidade acadêmica precisa ser ouvida, pois trata-se de uma reivindicação justa e legítima de participação na escolha do Reitor”, disse Bruno Elias, primeiro vice-presidente da UNE, presente na ocupação.


 


Outro ponto de conflito foi a data da eleição, marcada já para o dia 25 de agosto, véspera do aniversário de Campo Grande, no dia 26. Os alunos temem que o comparecimento às urnas, que não é obrigatório, seja comprometido.


 


Uma lista com três nomes têm que ser enviada a Brasília até o dia 10 de setembro, para que um seja escolhido pelo presidente da República. O novo reitor não precisa necessariamente ter sido o mais votado.


 


Durante a manifestação houve choque entre os seguranças da universidade e os acadêmicos. À noite o clima ficou mais tranqüilo. Os estudantes levaram colchões e barracas que são espalhados pelo hall de entrada da reitoria, tudo sob o olhar da equipe de segurança da universidade.


 


O estudante de História Sérgio Anastácio de Souza, integrante da comissão de ocupação, garantiu que nada do prédio da reitoria será destruído, mas que eles não têm data para sair. “Nós vamos ficar aqui até conseguir que as nossas reivindicações sejam atendidas. Nós queremos sentar, conversar com o reitor, conversar com a universidade”, explicou.


 


A UNE divulgou uma moção de apoio aos estudantes da UFMS. No documento a entidade afirma: “A luta pela paridade envolve o rompimento de uma estrutura viciada em busca de assegurar o livre exercício da cidadania de forma igualitária, ressaltando o art. 207 da constituição federal, que determina a autonomia universitária didático-científica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial para universidades”. Leia o documento na íntegra:


 



Moção de apoio da UNE à ocupação da reitoria pela paridade na UFMS


 


A União Nacional dos Estudantes – UNE, vem através desta nota, manifestar seu apoio à ocupação da reitoria pelos estudantes da UFMS em prol da democracia, da moralização e da ética no processo eleitoral para escolha do novo reitor.


 


O ressurgimento do movimento estudantil forte na UFMS na luta pela paridade, contrasta com o aparente comodismo e a ausência de manifestações dos estudantes em outras épocas, mas não esconde a verdadeira insatisfação da comunidade acadêmica devido a falta de diálogo e várias irregularidades realizadas na tentativa de golpe na escolha da reitoria.


 



A luta pela paridade ultrapassa o argumento jurídico, envolve o rompimento de uma estrutura viciada em busca de assegurar o livre exercício da cidadania de forma igualitária, ressaltando o art. 207 da constituição federal, que determina a autonomia universitária didático-científica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial para universidades.


 



A mera argumentação jurídica é péssima para uma instituição pública de tradição democrática como a UFMS. Entendemos que aqueles que acusam a paridade de desrespeitar a lei na universidade, só o fazem por um motivo: evitar que se amplie os níveis de democracia na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.


 



Hoje já são 25 Universidades Federais que optaram pelo sistema paritário em 2008. Isso indica que a lei existe contra vontade social, não podendo a comunidade acadêmica legitimar e assumir postura passiva diante da ociosidade do legislativo federal.


 


Eleições Paritárias Já!


 


UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES



Fonte: Estudantenet
Com Portal Terra