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Alexandre Pilati: Ébria

*

J'ai vu le soleil bas, taché d'horreurs mystiques,
Illuminant de longs figements violets,
Pareils à des acteurs de drames très antiques
Les flots roulant au loin leurs frissons de volets !


 


Arthur Rimbaud


 


 


neste fim
de mundo
em que a tevê
e a noite cantam
a inviabilidade
da próxima semana
e o escuro
engole
estrelas


 


 


(e sequer mar ou maré ou mãe embalariam meus medos)


 


 


perco o receio
e a inocência
estirado neste leito
 ainda muito meu
 imperativamente – bêbada terra firme


 


 


mas não estou só na minha propriedade


 


 


uma pesada mosca
 quase de pedra
zanza e zumbe
 sobre os escombros
 que chamo de corpo
zanza e zumbe
e dança sua valsa
em z  sua reflexão
orbital  sujo planeta
mínimo  da miséria
de meu  sistema
em z  dança e zumbe


 


 


à procura de uma saída


 


 


estala no espelho


 


 


cria na liberdade!?!


 


 


deu de cara
consigo mesma
              e consigo outra
              mais mosca
mais zonza   ébria
 ébria zanzou e zumbiu
seus   erro s 
o pezo   de seu dezejo


 


 


o click no abajur
o breu
forjado
breu
deram enfim descanso
à ébria
mosca
e aos brios
meus