Sob risco de falir, Islândia estatiza mais um banco
A Islândia, país do noroeste da Europa de pouco mais de 300 mil habitantes e que detém o 1º lugar do Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, está à beira da falência, devido à crise do seu sistema financeiro. Na segunda-feira, o governo suspen
Publicado 07/10/2008 13:56
O legislativo decidiu intervir no banco Landsbanki, o segundo maior do país, e fazer um empréstimo de 500 milhões de euros ao maior banco, o Kaupthing. Um empréstimo de emergência da Rússia ao banco central islandês, no valor de 4,5 mil milhões de euros, foi anunciado pelas autoridades islandesas mas não confirmado por Moscou.
Segundo o The New York Yimes, o banco central da Islândia dispunha apenas de 4,5 mil milhões de euros, mas o sistema bancário islandês precisa de refinanciar mais de 10 mil milhões de euros até ao fim de 2009.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro da Islândia, Geir Haarde, advertiu para os perigos que assolam todo o país: “Há um verdadeiro perigo de que a economia islandesa, no pior dos cenários, possa ser levada no turbilhão com os bancos, e a consequência possível seria a falência”, disse.
A economia islandesa cresceu nos últimos dez anos a uma média de 4% anuais, e grande parte deste crescimento deriva do sector financeiro, muito dependente de capitais estrangeiros.
A crise já provocou a desvalorização da coroa (menos 46% desde Julho de 2007) e, no dia 29 de Setembro, o governo já socorrera o Glitnir, o quarto banco do país. O Fundo Monetário Internacional anunciou que enviou uma equipa para avaliar a situação do país.
A nova legislação aprovada no Parlamento permite que o governo assuma os empréstimos imobiliários detidos pelos bancos e os ponha num fundo de habitação do governo, num esforço de ajudar milhares de islandeses que enfrentam a perda das suas casas devido à crise de crédito.
Por outro lado, o banco central islandês pediu aos fundos de pensão que que tragam para o país o dinheiro investido no exterior. Os fundos têm 12 mil milhões de euros de ativos, na sua maioria em títulos estrangeiros, que poderiam ser trocados para criar liquidez.
Ainda assim, apesar de o governo ter decidido também na segunda-feira a garantia das contas bancárias, não é garantido que os depositantes não percam a confiança. O país, que não é parte da União Européia, enfrenta uma inflação de 14%.
O Landsbanki oferecia remunerações atraentes para as suas contas Icesave, que têm mais de 200 mil depositantes no Reino Unido. Estes clientes não conseguiam nesta terça-feira aceder às suas contas. Pela rádio estatal, o ministro do Comércio e das Finanças Bjorgvin Sigurdsson procurou tranquilizar os islandeses, garantindo que os bancos permaneceriam abertos e a funcionar normalmente.
Fonte: Esquerda (http://www.esquerda.net)