Carrion denuncia a Ministro da Justiça violência contra movimentos sociais

O deputado Raul Carrion (PCdoB) entregou, na manhã desta sexta-feira (17), ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, dossiê denunciando a truculência da Brigada Militar durante manifestações de movimentos sociais e sindicais no Estado.

O ministro recebeu também, das mãos de Carrion e do colega Adão Villaverde, juntamente com o representante da CUT, um pedido de audiência pública para debater a atuação da Brigada Militar.


 


Carrion relatou a Tarso que, na última quinta-feira, mais uma vez, a polícia militar, que deveria proteger e garantir a integridade, violentou os direitos do cidadão. Após reprimir um piquete de bancários em greve, a Brigada Militar voltou a usar a violência, desta vez contra os participantes da 13ª Marcha dos Sem. A ação deixou pelo menos uma dezena de feridos.


 


A Marcha dos Sem, sob o título Em Defesa da Dignidade Humana, foi concebida e, até o seu desfecho, realizada de forma pacífica. Seu principal objetivo era denunciar a alta dos preços dos alimentos, o corte de verbas sociais, principalmente na saúde e na educação.


 


Os deputados Raul Carrion, Raul Pont, Dionilson Marcon, Ronaldo Zulke, Marisa Formolo, do PT, negociaram com o comandante da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes, que comandava pessoalmente a operação, as condições para que a manifestação fosse encerrada. Após a conciliação, o carro de som da manifestação foi liberado e o ato encerrado.


 


Depoimento à Ouvidoria


 


Pouco antes do início da Marcha dos Sem, Carrion prestou depoimento à Ouvidoria da Secretaria da Segurança Pública. Durante os relatos, que duraram mais de uma hora, Carrion narrou acontecimentos dos últimos dois anos, durante os quais houve excessos por parte da Brigada Militar.


 


O parlamentar comunista entregou fotos que mostram pelo menos quatro episódios de abuso da violência contra sindicalistas e membros de movimentos sociais. Entre elas o confronto com funcionários das Lojas Colombo, em Farroupilho, em setembro do ano passado; a violenta repressão a protesto da Via Campesina contra a alta nos preços dos alimentos, em Porto Alegre, em junho de 2008; e as prisões e uso da força contra manifestação do CPERS, em setembro último.


 


Isabela Soeres