Ouvidoria da Segurança recebe dossiê sobre repressão a movimentos sociais

Dossiê da Bancada do PCdoB na Assembléia Legislativa denuncia truculência da polícia militar contra manifestações nos últimos dois anos.


O deputado Raul Carrion prestou novo depoimento à Ouvidoria da Segurança Pública sobre a repressão e a criminalização dos movimentos sociais no Estado. Durante os relatos, que duraram mais de uma hora, Carrion narrou acontecimentos dos últimos dois anos, durante os quais houve excessos, principalmente por parte da Brigada Militar.


 


O parlamentar comunista entregou ao Ouvidor Adão José Correa Paiani um dossiê contendo relatos e fotos de cinco episódios ocorridos nos últimos dois anos nos quais houve repressão. “Nesse documento é possível constatar as tropelias do atual comando da Brigada Militar, o abuso de violência contra sindicalistas e membros de movimentos sociais”, afirma Carrion.


 


Entre os fatos narrados no documento entregue a Paiani constam o confronto com funcionários das Lojas Colombo, em Farroupilha, em setembro do ano passado; a violenta repressão a protesto da Via Campesina contra a alta nos preços dos alimentos, em Porto Alegre, em junho de 2008; e as prisões e uso da força contra manifestação do CPERS, em dois episódios e a agressões sofridas por manifestantes da última edição da Marcha dos Sem.


 


“Bancários e bancárias em greve foram espancados e violentamente reprimidos e o povo foi massacrado aqui na Praça da Matriz. Parece que esse é o jeito tucano de governar. Em São Paulo, também os órgãos oficiais do governo Serra decidiram que em determinados locais a Constituição está suspensa e as mobilizações e manifestações populares estão proibidas”, afirmou Carrion referindo-se ao episódio entre policiais civis e militares em São Paulo.


 


O Ouvidor comprometeu-se em encaminhar, em nível nacional, as denúncias, as fotos, os documentos que atestam a escalada repressiva que está ocorrendo no Rio Grande do Sul. Carrion também entregou uma cópia do documento ao presidente da Assembléia Legislativa. O dossiê foi encaminhado a entidades como Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Associação Riograndense de Imprensa, Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e da ALERS, Comissão de Anistia, OAB e CNBB.


 


Isabela Soares