Petroleiros protestam, mas sem greve
Eles reivindicam contra o leilão de áreas de exploração, marcado para amanhã. Petrobras não vai comentar assunto
Publicado 17/12/2008 10:22 | Editado 04/03/2020 16:35
Apesar das manifestações e do atraso para entrar no trabalho, ontem, os petroleiros cearenses decidiram não paralisar as atividades no Estado. A decisão foi tomada durante assembléia dos trabalhadores na Usina de Biodiesel em Quixadá, a 160 quilômetros de Fortaleza.
O movimento faz parte de uma série de protestos e paralisações realizadas pela categoria em todo o País. Os petroleiros são contra a realização da 10ª Rodada de Licitações de Blocos para a Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, marcada para amanhã.
‘‘Somos contra o leilão das áreas de exploração porque isso se configura, na prática, a privatização da produção de petróleo por empresas estrangeiras, sem benefícios significativos para o Brasil. Também estamos coletando assinaturas para promover mudanças na lei do petróleo. O que nós queremos é sensibilizar a sociedade sobre o risco de perdemos a autonomia em relação ao produto’’, esclarece José Domingos dos Santos, diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Petróleo do Ceará (Sindipetro-CE).
Segundo o diretor financeiro do Sindipetro-CE, no Estado, os trabalhadores da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) atrasaram em duas horas o início das atividades do turno. Já nas plataformas marítimas e terrestres, não foram emitidas permissões de trabalho, o que impede a realização de manutenções preventivas e diminui o ritmo das atividades nesses locais. Além da assembléia, também houve uma pequena manifestação de trabalhadores em frente à Usina de Biodiesel, localizada em Quixadá.
A assessoria de imprensa da Petrobras informou que as ações de ontem não afetaram a produção no Ceará, assim como não houve prejuízos para o restante do País. Caso haja paralisação das atividades nos próximos dias, a Petrobras tem um grupo de contingência, formado por equipes sob aviso para cobrir os desfalques dos funcionários. Mas com relação às motivações que levaram às manifestações, a assessoria informou que a Petrobras não vai se posicionar sobre o assunto.