Jornalistas recusam reajuste de 7,15%

Representantes do Sindjorce e dos jornais O Povo e Diário do Nordeste voltaram à mesa de negociação, nesta terça-feira (13/01), depois de um mês sem diálogo. As negociações foram suspensas pelos patrões no dia 12 de dezembro de 2008 em virtude de os jorna

“É muito estranho que os patrões tenham chegado ao índice da inflação somente no quinto mês de negociação com os jornalistas. Mas não temos pressa para chegar a um acordo. O importante é garantir conquistas para a categoria”, avaliou a presidente do Sindjorce, Déborah Lima. Na última quarta-feira, a comissão de negociação dos jornalistas e as assessorias jurídica e econômica do Sindjorce se reuniram na sede do Dieese para construir uma contraproposta a ser discutida com a diretoria executiva do sindicato nesta sexta-feira (16/01).


 


O negociador patronal Ramon Esteves insistiu no discurso da “crise” alegando que os jornais tiveram “prejuízo” nos meses de novembro e dezembro de 2008. A comissão de negociação do Sindjorce argumentou que o período que está sendo negociado é de 1º de setembro de 2007 a 31 de agosto de 2008, portanto o suposto “prejuízo” alegado não interfere nas negociações atuais. “Os jornalistas reivindicam uma fatia dos lucros milionários obtidos pelos jornais no ano de 2007 e parte do bolo do faturamento das empresas no primeiro semestre de 2008, período anterior a crise”, contrapôs Déborah Lima.


 


Jornais faturam R$ 304,6 milhões em outubro de 2008


 


Para reformar a argumentação, a presidente do Sindjorce apresentou dados do Projeto Inter-Meios, relatório de investimentos em mídia da editora Meio & Mensagem, dando conta de que, apesar da crise financeira, o faturamento dos veículos de comunicação com publicidade continua em alta.


 


Em outubro de 2008, os anunciantes investiram cerca de R$ 2 bilhões na divulgação de suas marcas, valor 9,7% maior que no mesmo mês de 2007. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o valor alcança R$ 17,4 bilhões, com alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.


 


O segmento jornal registrou faturamento de R$ 304,6 milhões. Alta de 4% em relação a outubro de 2007. No ano, o segmento ganhou R$ 2,8 bilhões, com crescimento de 14,2% em relação a 2007. O segmento revista faturou em outubro R$ 204,5 milhões, com crescimento de 9% em relação ao mesmo mês de 2007. No ano, alta de 19,2%.


 


Crise não altera previsão de receitas, diz diretor-executivo do Estado


 


A comissão de negociação do Sindjorce também lançou mão de informações repassadas ao site Comunique-se pelo diretor-executivo do Grupo Estado, Odmar de Almeida Filho. Segundo ele, enquanto o mercado de jornais impressos nos Estados Unidos sofre uma das piores crises da sua história, no Brasil a situação é diferente.


 


Perguntado se a previsão de receitas do Grupo foi alterada em virtude da crise, ele respondeu: “Não. Estamos redesenhando vários processos internos para garantir a entrega do EBTDA (lucros antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2009. Com muita criatividade e foco em algumas áreas estratégicas, iremos dar continuidade ao crescimento do grupo que apresentará neste ano (2008) um crescimento muito agressivo, frente ao excelente ano anterior (2007) que foi de 17%.


 


Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Ceará