Sem categoria

Pai de italiana em coma diz que situação é tortura desumana

Giuseppe Englaro, pai de Eluana, a italiana em estado vegetativo que tem a alimentação assistida reduzida gradativamente para que possa morrer, disse que a situação legal criada em torno do caso é uma “tortura desumana”.

Em várias declarações publicadas neste sábado pelos meios de comunicação italianos, o pai de Eluana disse que só suporta esta situação porque sabe que, com a suspensão da alimentação e da hidratação artificial, está respeitando a vontade da filha.



Giuseppe Englaro disse ontem estar “comovido” com tudo o que está acontecendo, ao se referir à aprovação de um decreto urgente pelo governo do primeiro-ministro conservador Silvio Berlusconi para manter Eluana em estado vegetativo, e que no fim não foi ratificado pelo presidente Giorgio Napolitano.



Essa rejeição não conteve a decisão do Executivo de continuar seu objetivo, já que, horas depois, era aprovado um projeto de lei com o mesmo conteúdo que buscará aprovação no Parlamento no tempo recorde de dois ou três dias. Berlusconi age movido pela pressão dos setores mais reacionários de seu governo, fortemente influenciados pela igreja católica que, ignorando as evidências médicas, se coloca contra a eutanásia por razões dogmáticas.



Segundo o pai de Eluana, a italiana, de 38 anos e em estado vegetativo desde 1992, após um acidente de trânsito, sempre expressou sua vontade de que pudesse morrer se ficasse em um estado como esse.



“Se os médicos a tivessem deixado morrer, como ela teria desejado quando nos disseram que não havia esperança, não teríamos agora que reviver continuamente o drama da morte de nossa filha”, acrescentou.



Giuseppe Englaro disse que levarão adiante o processo de acompanhamento da morte, porque têm “a razão do direito” a seu lado. Ele também convidou Giuseppe Englaro convidou neste sábado (7) o primeiro-ministro Silvio Berlusconi e o presidente Giorgio Napolitanio para visitarm sua filha “para que se deem conta da situação em que se encontra”.



“Sou o tutor de Eluana Englaro, mas neste momento falo de pai para pai. Me dirijo ao presidente da República, Giorgio Napolitano, e ao presidente do Governo, Silvio Berlusconi, para que venham a Udine e se deem conta, pessoalmente e privadamente, das verdadeiras condições em que minha filha Eluana se encontra”, disse Giuseppe em uma nota divulgada pelo advogado da família, Vittorio Angiolini.



O Tribunal de Apelação de Milão autorizou a família Englaro a retirar a alimentação artificial que mantém Eluana viva, uma decisão que foi confirmada pelo Supremo em novembro do ano passado.


 


Da redação,
com agências