Ciclistas tiram a roupa para pedir uma SP com ciclovias
Sem roupa e com irreverência, cerca de 800 ciclistas, segundo estimativa da Polícia Militar, circularam pelas ruas de São Paulo na tarde deste sábado (13). Alguns nus e outros seminus, enfeitados com máscaras, perucas, bexigas e de corpo pintado, eles que
Publicado 15/03/2009 22:09
A segunda edição da World Naked Bike Ride SP começou por volta do meio-dia no cruzamento da avenida Paulista com a Consolação, onde centenas de curiosos se aglomeravam em meio a gritos de guerra como: “Você que está parado vai pedalar pelado” e “Vai de bicicleta”.
Apesar do clima de festa, quebrado às vezes por ameaças da polícia, o protesto apresentou também um tom dramático, ao lembrar a morte da ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, 40, atropelada na própria Paulista em janeiro. “A Márcia estava toda paramentada, com capacete, joelheira, cotoveleira. E adiantou alguma coisa? É assim que nos sentimos: nus”, disse emocionado um participante e amigo da vítima que não quis se identificar.
Do ajudante de sorveteiro ao dentista, todos os participantes pediam uma São Paulo mais civilizada. “Queremos ciclovias, faixas exclusivas, sinalização adequada”, disse o engenheiro Ronaldo Peri, 41. “A gente se vê ameaçado a cada quarteirão.”
Na Paulista, os ciclistas ficaram apenas seminus. Mas, após conseguirem despistar o policiamento, seguiram para o Monumento às Bandeiras (no Ibirapuera, zona sul), onde muitos tiraram a roupa, mostraram nádegas e genitálias e partiram para a pedalada pelada pelos Jardins (zona oeste) -antes de retornarem à Paulista para encerrar o ato, por volta das 17h.
Quando os policiais chegaram ao monumento, por volta das 16h, a maioria da turma já havia saído para rodar pelos Jardins e quem restou já estava vestido. Segundo a polícia, ninguém foi detido. Em 2008, um ciclista tirou a roupa, foi detido e teve de cumprir pena por meio de trabalho à comunidade.
Fonte: Folha de S.Paulo