Seminário: Desafios para fixação de médicos na rede pública de Campinas

Médicos e gestores da Rede Pública de Saúde de Campinas participam nesta quarta-feira (18/03) de mais uma etapa do Seminário “Trabalho Médico no SUS Campinas; Desafios para Fixação”, organizado pela Prefeitura Municipal. A II etapa do Seminário será reali

Apesar do aporte de recursos aplicado na saúde de Campinas ser bastante significativo (R$ 400 milhões em 2008) e o município contar com cerca de 50 centros de saúde, cada um deles com dezenas de profissionais responsáveis pela atenção à saúde dos moradores dos bairros próximos, seria esperado que Campinas contasse com um excelente sistema de saúde pública, que respondesse às necessidades da população.



 
Para o diretor do Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed), Francisco Mogadouro da Cunha, a realidade não corresponde a tal expectativa. “Ainda há inúmeros problemas que deveriam ser inaceitáveis, mas acabam sendo tolerados como naturais por uma população já descrente de que pode ser bem atendida pelo SUS”, explica. Não por acaso, em 2008, mais de 55% dos moradores de Campinas tinham planos privados de saúde, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
 



Do ponto de vista da gestão municipal, um dos maiores problemas tem sido a fixação de médicos na rede pública. A rotatividade de profissionais, em especial nos centros de saúde das regiões mais distantes e socialmente vulneráveis, causa impacto negativo e direto nos usuários.



 
“Na verdade, a Secretaria Municipal de Saúde não tem um projeto claro para o SUS Campinas, em especial para a Atenção Básica. Isso causa grande impacto na qualidade da atenção à saúde e no processo de trabalho dos profissionais, em especial aqueles que optam pela Medicina de Família e Comunidade”, aponta Cunha. O médico atenta para a necessidade dos profissionais de saúde participarem de atividades que levantem os problemas e apontem soluções. “Entendemos que a questão é complexa, e que não será resolvida com mudanças emergenciais ou pontuais. Mas ressaltamos a necessidade do debate sobre esta questão central – qual o modelo adotado por Campinas para a Atenção Básica? – sob pena de continuar frustrando as expectativas dos usuários e trabalhadores”, conclui.



 
A primeira etapa aconteceu em novembro do ano passado e levantou questões polêmicas sobre os motivos que afastam os médicos da rede municipal: salários pouco competitivos, jornada inadequada, falta de segurança e problemas na gestão do sistema foram temas bastante discutidos na primeira etapa e que nortearão o segundo encontro. A íntegra das resoluções da primeira etapa do seminário “Trabalho Médico no SUS Campinas Desafios para Fixação” : www.sindimed.org.br.



 
De Campinas, com informações da Assessoria de Imprensa do Sindimed