Paquistão denuncia mais uma vez bombardeios dos EUA
O novo ministro paquistanês de Informação e Comunicações, Qamar Zaman Kaira, denunciou nesta quarta-feira (18) como 'contraproducentes' os bombardeios por aviões não tripulados norte-americanos a aldeias da região tribal de Paquistão.
Publicado 19/03/2009 10:41
Kaira disse estar esperançoso de que a nova administração em Washington revise sua decisão de ampliar tais ações no Beluchistão.
“Desde o primeiro dia, o governo tem vindo condenando esses ataques e tem usado os canais diplomáticos a fim de detê-los”, declarou, após inaugurar um centro nacional para o controle da poliomielites.
“O presidente Asif Ali Zardari e o premiê Yousuf Raza Gilani têm tratado este assunto uma e outra vez, e reiterado sua inquietude por esses bombardeios”, assinalou.
Por outro lado, o porta voz da Chancelaria Abdul Basit descartou como especulação um artigo em um jornal norte-americano de que Washington considera expandir sua guerra para além da região tribal próxima à fronteira com Afeganistão.
“Lemos a informação, parece-nos especulativa, e não podemos comentar sobre especulações”, disse Basit.
O discurso de Basit é contraditório ao que disse Kaira, que praticamente dá por certo a intenção agressiva dos EUA.
Segundo o artigo, o presidente Barack Obama e sua equipe de segurança nacional avaliam usar aviões não tripulados para atacar também zonas da província do Beluchistão, com o pretexto que a partir dali supostos grupos do movimento talibã partam para missões de guerrilha no Afeganistão.
O canal paquistanês Geo News repercutiu a informação, que assegura que a Casa Branca recebeu dois relatórios solicitando ao executivo ampliar a “área de objetivos”, incluindo pontos dentro e ao redor da cidade de Quetta.
No mais recente desses bombardeios, contra uma aldeia do distrito tribal de Kurram, foram mortas 24 pessoas e 40 resultaram feridas.