Sem categoria

Presidente comunista de Moldova denuncia tentativa de golpe

Vladimir Voronin, presidente de Moldova, afirmou nesta terça-feira (7) que violentos protestos irromperam no país após a disputadíssima eleição parlamentar, configurando uma tentativa de Golpe de Estado. Manifestantes tomaram o controle dos escritórios

De acordo com a emissora de televisão catariana al-Jazira, mais de dez mil pessoas teriam saído às ruas de Chisinau (pronuncia-se quichináu), a capital do país, destruindo as janelas do edifício do parlamento em protesto contra os resultados da última eleição, que dão ao Partido Comunista um terceiro mandato presidencial.



Voronin afirmou que os líderes da oposição, financiados e apoiados pelas potências ocidentais, embarcaram em “um caminho violento de tomada de poder”.



“Nós mostraremos que aqui em Moldova existe um poder constituído que agirá energicamente para proteger a democracia de um punhado de fascistas bebados e raivosos”, afirmou.



“Sem resposta”



Vlad Filat, líder do oposicionista Partido Liberal, negou que tivesse feito um acordo com os comunistas para haver uma recontagem dos votos após os manifestantes terem atacado os edifícios do parlamento e da presidência.



“Fizemos nossos pedidos para uma recontagem dos votos e
pelo fim da violência, assim como pedimos que fossem respeitados os direitos de protestar com liberdade, mas ainda não recebemos nenhuma resposta oficial”, contou.



Em uma mensagem transmitida pela televisão, Voronin afirmou que “tudo que eles fizeram nas últimas 24 horas não pode ser de modo algum descrito como outra coisa senão a tentativa de um golpe de Estado”.



“As autoridades defenderão de modo resoluto o Estado contra os líderes deste pogrom. Nós não permitiremos que provocações baratas profanem os símbolos do Estado”, afirmou Voronin.



Apesar da polícia ter utilizado jatos de água contra as pessoas que realizavam o protesto, não conseguiu evitar a invasão dos prédios da administração do país.



Centenas foram vistos deixando os edifícios carregando computadores, arquivos e cadeiras de escritório.



Este foi o segundo dia de protestos na ex-república soviética.



Mais cedo, Voronin pediu um fim ao que chamou de “bacanal” de protestos, dizendo que “desafiar os resultados da eleição não passam de mero pretexto”.



“Nós nem chegamos ao fim da apuração. Pra nós, é estranho que as pessoas que organizam essa bacanal tenham tanta pressa”.



Voronin não poderá assumir o terceiro mandato consecutivo, mas indicou que deverá manter controle sobre alguma parte do governo após a vitória eleitoral de seu partido.



Não ficou claro, porém, qual cargo ele ocupará na nova administração.



O Comitê Eleitoral Central afirmou na segunda-feira (6) que o Partido Comunista já havia assegurado mais de 50% dos votos na eleição de domingo, com 98% dos votos apurados.



O PC de Moldova elegeu 61 parlamentares, o que significa que o partido não vai precisar consultar o parlamento para escolher um novo presidente.