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Para Itamaraty, discurso de líder do Irã prejudica diálogo

O Ministério das Relações Exteriores emitiu nesta terça-feira (21) um comunicado lamentando as declarações contra Israel feitas pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante uma conferência antirracismo da ONU na segunda-feira (20). Diversos diplom

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com particular preocupação, do discurso do presidente iraniano que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto”, disse o Itamaraty.


 


“O governo brasileiro considera que manifestações dessa natureza prejudicam o clima de diálogo e entendimento necessário ao tratamento internacional da questão da discriminação.”


 


A nota também destaca que “o Brasil atribui grande importância à Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial, que ocorre em Genebra entre 20 e 24 de abril. Para alcançar os objetivos da Conferência, o engajamento de todos no diálogo internacional é crucial”, afirma a nota do Itamaraty.


 


Segundo o Ministério de Relações Exteriores, o governo brasileirovai aproveitar a visita de Ahmadinejad ao Brasil, em maio,”para reiterar ao governo iraniano suas opiniões sobre esses temas”. A delegação brasileira na conferência da ONU é chefiada peloministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção daIgualdade Racial, Edson Santos.


 


Obama


 


Também nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lamentou as declarações de Ahmadinejad, dizendo que elas “não ajudam, são prejudiciais”. “Eu acho que na verdade isso fere a posição do Irã no mundo”, disse Obama.


 


O mandatário americano, entretanto, disse que as declarações não mudam a estratégia adotada pelos Estados Unidos nas negociações pelo Irã, baseada em uma “diplomacia direta” e “sem que muitas opções sejam retiradas da mesa”.


 


“Nós vamos continuar buscando a possibilidade de melhores relações e de uma resolução para algumas das questões críticas em que tem havido diferenças (entre os dois países), principalmente no tocante à questão nuclear.”


 



A Rússia


 


A Rússia qualificou de “desequilibrado” o discurso do presidente iraniano e o acusou de “abusar” do tema do Holocausto. “No primeiro dia da conferência foram ouvidas declarações duras e desequilibradas, em particular no discurso do presidente do Irã”, disse a Chancelaria russa em comunicado divulgado em Moscou.


 


Ao mesmo tempo, a Rússia lamentou o gesto dos países que se negaram a ir à conferência em protesto pela presença de Ahmadinejad, como os Estados Unidos, e dos que abandonaram a sala devido às palavras do líder iraniano. “É de lamentar o fato de que uma série de Estados tenha se negado a participar dos trabalhos da conferência antes de seu início e que outros deixassem mais tarde a reunião”, diz a nota oficial reproduzida pela agência de notícias Interfax.


 


A Rússia se solidarizou com a postura da Noruega, que diz que a “conferência é um fórum em que se deve dar um novo e forte impulso às ações coletivas de luta contra o racismo” e que não deve ser utilizada para “acerto de contas”.