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CNA lidera com folga eleição na África do Sul

O Congresso Nacional Africano, partido que governa a África do Sul, mantinha uma vantagem confortável após a contagem de mais de três milhões de boletins de votos no quadro das eleições gerais, realizadas na quarta-feira (22) no país, com 2.078.352 votos,

A dúvida que persiste até o momento é se o CNA obterá a maioria de dois terços no Parlamento, o que garante ao governo na situação a possibilidade de modificar a atual constituição.



O maior representante da oposição, o partido Aliança Democrática (AD), da minoria branca, tem cerca de 18% dos votos e deve garantir maioria na Província de Western Cape, centro do turismo e produção de vinho na África do Sul.



Já o Congresso do Povo (Cope, em inglês), partido formado em 2008 por dissidentes do CNA ligados ao ex-presidente Thabo Mbeki, tem pouco mais de 8% nos resultados preliminares — um grande fracasso, apesar das expectativas de que seria um grande adversário do CNA nas urnas.
    


Apesar de a Comissão Eleitoral Independente (CEI) ter previsto uma taxa de participação de 80 por cento nas eleições, ela teve dificuldades de disponibilizar boletins e urnas suplementares quando alguns postos de votação não tinham equipamentos eleitorais suficientes.



A Comissão atribuiu este problema a uma concessão de último minuto que autorizou os eleitores a votar fora da circunscrição onde estavam inscritos.



Cerca de 23 milhões de sul-africanos se registraram para votar e os funcionários responsáveis pela eleição parlamentar indicam que o comparecimento foi de 77% nos locais de votação onde a apuração foi concluída.



Os resultados finais devem ser divulgados no fim desta quinta-feira ou nesta sexta-feira.



Os funcionários responsáveis pela eleição estimam que a participação chegue ao recorde de 80%, pouco maior que os 76% de 2004, quando o CNA obteve 70% dos votos, resultado que dificilmente repetirá desta vez.



O Parlamento sul-africano elege o presidente do país por maioria simples. Assim, se a vitória do CNA for garantida, os parlamentares elegem Zuma assim que a nova Assembleia votar, em maio deste ano.



O CNA quer ainda garantir dois terços dos votos, o que daria ao partido uma proporção equivalente de assentos no Parlamento.



“Não queremos declarar ainda, mas trata-se de um primeiro indicador de uma vitória decisiva,” disse Jessie Duarte, porta-voz do CNA.



A oposição esperava pelo menos privar o CNA da maioria de dois terços do Parlamento. Apurados mais de um quarto dos votos, ainda não se sabe se isso vai acontecer.



O ministro das Finanças, Trevor Manuel, considerado o Antonio Palocci sul-africano, está cotado para permanecer no cargo, num momento em que a África do Sul corre o risco de entrar na primeira recessão em 17 anos. Ele ocupa o ministério desde o governo de Nelson Mandela



Blade Nzimande é aplaudido



O Secretário-geral do Partido Comunista Sul-Africano, Blade Nzimande, afirmou que a emoção que sente ao votar “ainda não esmoreceu”, após colocar seu voto na urna no distrito de Emmarentia, em Johannesburgo, na manhã desta quinta-feira.


Nzimande foi autorizado pelos funcionários do posto de votação a entrar na cabine e depositar o voto aproximadamente às 7h desta quinta-feira.


“É muito emocionante, mais ainda nesta eleição”, afirmou. O PC sul-africano é um dos aliados do CNA nestas eleições, apoiando Zuma para a presidência do país.


Antes de deixar o posto de votação, Nzimande afirmou aos jornalistas presentes que as pessoas deveriam votar e depois participar ativamente de suas comunidades.



“As pessoas precisam saber que existe algo mais além que simplesmente votar”, afirmou, enquanto era aplaudido por mais de 100 pessoas que se aglomeravam ao redor do posto para votar.



Essa é a quarta eleição desde o fim do apartheid na África do Sul.