Sem categoria

Seminário Indígena do PCdoB-AM reúne mais de 270 pessoas

O Coletivo Indígena do PCdoB do Amazonas realizou no dia 21, no auditório da Vila Olímpica, em Manaus, um seminário como parte das comemorações da Semana do Índio. O evento contou com a presença da deputada federal Vanessa Grazzio

Mais de 270 indígenas, de 20 etnias e sete organizações se fizeram presentes  e debateram acaloradamente questões de organização, além de pontos como a Agrovila Indígena a ser construída pela Sepror e a criação da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Seind).
 
 
O titular da Sepror, Eron Bezerra, falou sobre a necessidade de “políticas públicas e do ideal de uma sociedade que assegure o direito à terra, à saúde, à educação, à habitação, e principalmente, à preservação da cultura através da integração de todos os povos indígenas, esta sociedade só pode ser uma sociedade socialista''. Ele acrescentou ainda que ''é através de projetos de leis, de indicativos ao poder executivo e de emendas que beneficiem e valorizem  todas as etnias indígenas que os  parlamentares do PCdoB lutam em busca desse ideal''.


 
Ao abordar a crise capitalista, Eron afirmou que a solução dos graves problemas sociais só será encontrada com ''a criação de uma sociedade socialista onde a produção se dará por cooperação e não por exploração da força de trabalho, como acontece no capitalismo, de pessoas simples que constituem a grande maioria da sociedade em oposição à minoria que detém o capital''.
 
 
A deputada federal Vanessa Grazziotin, ao fazer  sua intervenção, abordou o movimento indígena a partir da condição da mulher, tanto na sociedade indígena quanto na sociedade não indígena. Ela observou que havia no seminário mais mulheres do que homens, enquanto no Congresso Nacional não há sequer 10% de mulheres.


 


Vanessa lembrou que o movimento indígena se organizou a partir do movimento das mulheres índias do alto Rio Negro, que criaram a Assossicação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), em 1986, ''para lutar contra a exploração dessas mulheres trazidas de suas aldeias para servirem de domésticas em Manaus''.


 
Ela lembrou que o movimento indígena nasceu ao mesmo tempo em que o partido conquistava sua legalidade. O PCdoB se inseriu no movimento desde sua criação, contribuindo para seu protagonismo desde 1987, quando da criação da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e, em 1989, com a criação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). O objetivo dessas ações foi lutar por políticas públicas para os indios e, também, propor políticas por demarcação de terras e autonomia.


Segundo Vanessa, ''a vida é uma luta permanente pela sobrevivência, o Brasil é um país miscigenado e é preciso que os indígenas possam ter representantes políticos em todas as esferas de poder''.


O indígena Orlandino Baré abordou a questão do projeto da Agrovila Indígena, que deverá envolver a Superintendencia da Zona Franca de Manaus (Suframa) com a doação de uma área de terra para a execução do referido projeto da Secretaria de Estado da Produção Rural  que construirá 150 casas para famílias indígenas que serão treinadas e terão incentivos para desenvolverem atividades agrícolas nas proximidades de Manaus, resolvendo parte dos problemas de desemprego e abandono de muitos indígenas que moram na periferia da cidade.


 
No processo de debate foi abordada, pelas líderanças, a ideia de elas  apontarem nomes para ocupar a recém-criada Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Seind) por entenderem que no movimento indígena há pessoas em melhores condições para gerir e elaborar políticas de interesse coletivos inteiradas com as necessidades dos seus parentes e etnias.


 


Por fim, as lideranças consideram que foi um avanço muito grande a criação de tal secretaria o que demonstra o interesse do poder público em dar solução aos seus centenários problemas.