Menos da metade dos jovens latinos conclui ensino médio
Menos da metade dos adolescentes da América Latina conseguem concluir o ensino médio. Esse é um dos dados apresentados no terceiro Relatório sobre tendências sociais e educativas na América Latina. A pesquisa é produzida anualmente pelo Sistema de Info
Publicado 04/05/2009 10:05
O estudo será apresentado no próximo dia 6 de maio, em Brasília, no colóquio promovido pela Campanha Latino-americana pelo Direito à Educação (CLADE) e pela OEI. O evento acontece a partir das 15h30, no auditório da OEI (SHS, Quadra 6, conjunto A, bloco C. Edifício Business Center Tower, sala 919) e contará com a participação de Néstor López, coordenador da pesquisa.
O “Relatório sobre tendências sociais e educativas na América Latina: a escola e os adolescentes” aborda a relação dos adolescentes com as instituições de ensino. O estudo dividiu os 16 países pesquisados em quatro grupos, deixando-se clara a heterogeneidade da região.
Assim, os grupos foram definidos a partir de variáveis consideradas relevantes para compreender a situação dos adolescentes, como a dimensão socioeconômica na orientação das trajetórias educativas dos adolescentes, as oportunidades no mercado de trabalho, o grau de urbanização e a presença de culturas originárias ou afrodescendentes.
A pesquisa mostra que, em geral, as crianças da América Latina são escolarizadas. “No conjunto da América Latina, quase a totalidade das crianças de 7 a 12 anos de idade estão escolarizadas. Sabe-se, a partir dos questionários realizados em domicílios de 16 países da região, que 98% deles estão em algum estabelecimento educativo”, afirma.
Entretanto, segundo o estudo, a partir dos 13 anos de idade, os adolescentes começam a se afastar da escola principalmente por causa da pobreza e da desigualdade social. “Entre os adolescentes de 14 anos, a taxa de escolarização é menor que 90% e aos 17 anos, um terço dos jovens já não estão na escola”, apresenta.
O relatório acrescenta que, nos países pesquisados, o ensino médio é dirigido, principalmente, aos adolescentes de classes média e alta que vivem nas zonas urbanas.
Apesar da educação na América Latina estar longe de ser ideal, o estudo comenta que situação educativa dos adolescentes está melhorando. Segundo a pesquisa, há um aumento de adolescentes de classes baixas e de zonas rurais nas salas de aula e a proporção de adolescentes escolarizados também está aumentando.
“Entre os anos 2000 e 2006, a proporção de adolescentes escolarizados aumentou 4%, a diferença entre escolarizados do nível primário e do nível médio diminuiu e também teve esse comportamento a proporção de adolescentes com atraso escolar”, afirma a pesquisa.
Dividida em quatro capítulos, a pesquisa analisa a situação socioeconômica dos adolescentes e de suas famílias, focalizando a relação dos adolescentes com o mercado de trabalho e o acesso deles aos estabelecimentos educativos.
Além disso, o estudo estabelece, ainda, relação da vida cotidiana dos adolescentes com a escola, finalizando com questões sobre o papel deles no novo cenário social da América Latina.
Fonte: Adital