Índia: Partido do Congresso tem ampla vitória nas eleições
Mais uma vez, a realidade trocou as voltas às projeções. A aliança chefiada pelo Partido do Congresso conseguiu votos suficientes para continuar a governar confortavelmente o país, negando assim todos os prognósticos de institutos de opinião e de analista
Publicado 16/05/2009 17:38
A votação eletrónica permitiu que, poucas horas depois do início da contagem dos votos, já se pudessem anunciar com segurança vencedores e vencidos. E os resultados foram bastante claros: a Aliança Unida Progressista (UPA, de centro-esquerda e laica), liderada pelo Congresso, elegeu 252 dos 543 deputados do Parlamento, enquanto a Aliança Nacional Democrática (NDA), chefiada pelo Bharatiya Janata Party (BJP, nacionalista hindu), se ficou pelos 162.
A Terceira Frente, formada por partidos regionais e de esquerda, não foi além dos 60 lugares. A sua face mais célebre, Mayawati (ministra chefe do Uttar Pradesh), chegou a ser apontada como uma possível “fazedora de reis”; agora terá de repensar a sua estratégia nacional. O mesmo resta aos comunistas, que mesmo onde dominavam há décadas – Bengala Ocidental e Kerala – perderam metade da força.
A coligação no poder ficou a pouca distância dos 272 deputados necessários para uma maioria. Ao invés de depender agora das exigências de formações mais pequenas, está em melhor posição para delinear o próximo Governo.
Horas depois de conhecer os resultados, a presidente do Congresso, Sonia Gandhi, agradeceu aos indianos “terem feito a escolha certa”. Também o primeiro-ministro, Manmohan Singh, deu conta do seu “profundo sentimento de gratidão por o povo nos ter dado este mandato maciço, por ter tido fé no partido”, que sozinho conseguiu uns impressionantes 190 deputados, contra metade do BJP, o seu grande rival. Desde 1991 que o partido secular não conhecia um resultado tão positivo.
Os nacionalistas hindus não tiveram outra alternativa senão reconhecer a derrota. “O Congresso tem o maior mandato”, afirmou o líder Arun Jaitley, citado pelas agências. “Acho que se o Congresso quiser elogiar alguns dos seus líderes nesta hora de vitória, tem o direito a fazê-lo… Aceitamos o veredito do povo”.