Parlamentares dos EUA querem fechar Escola das Américas
Um projeto de lei apoiado por 42 legisladores norte-americanos pretende fechar a Escola das Américas, criada pelo Departamento de defesa dos Estados Unidos, em 1946, e acusada de instruir militares latino-americanos em técnicas de tortura.
Publicado 26/05/2009 16:15
O projeto, denominado lei de revisão do treinamento militar latino-americano, busca “suspender a autoridade do Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação da Segurança (antes chamado Escola das Américas)”.
O instituto é acusado de educar por meio de manuais traduzidos ao espanhol e expedidos pela pasta da Defesa, “sobre técnicas de combate, táticas de comando, inteligência militar e técnicas de tortura”, segundo assinala o Observatório da Escola das Américas, dedicado a denunciar atividades levadas a cabo por latinoamericanos graduados na instituição.
Desde sua criação, foram terinados mais de 61 mil soldados. Entre eles, os argentinos Leopoldo Fortunato Galtieri e Roberto Viola, ambos acusados de violar os Direitos Humanos durante a última ditadura militar da Argentina, na década de 70.
“Milhares de latino-americanos foram torturados, violentados, assassinados, desaparecidos, massacrados e obrigados a se refugiarem por soldados e oficiais treinados nessa escola”, coloica a ONG na sua página oficial.
A investigação vem sendo copatrocinada por 42 legisladores norte-americanos – entre eles, Henry Waxman (Califórnia) e Maurice Hinchey e José Serrano (Nova York) – e pretende identificar os indivíduos “responsáveis por elaborar e aprovar os manuais que apóiam táticas que violavam a lei internacional”, assim como as “pessoas responsáveis por ensinar tais táticas” e determinar “os efeitos do treinamento”.
Uma vez concluído o período estabelecido de dois anos e constatadas as violações aos Direitos Humanos, deveria proceder o fechamento definitivo da instituição.
Fonte: Página 12