Sem categoria

Brasil quer diálogo com Coréia do Norte, diz embaixador

O diplomata Arnaldo Carrilho, designado embaixador do Brasil em Pyongyang, afirma que a intenção do governo brasileiro ao estabelecer uma representação na Coréia do Norte é ajudar a retirar o país asiático do “isolamento” e desobstruir os caminhos para

“O Brasil surgiria, e eu pretendo ainda que surja, como um proponente do diálogo”, disse Carrilho em entrevista à BBC Brasil. “O que queremos é fazer a República Popular Democrática da Coréia do Norte sair do esconderijo onde está, desse isolamento onde está”.



A inauguração da embaixada brasileira em Pyongyang estava prevista para a próxima sexta-feira, dia 29, mas foi suspensa até segunda ordem por conta do agravamento das tensões na Península Coreana após o teste nuclear norte-coreano realizado na segunda-feira.


 


De acordo com o embaixador Arnaldo Carrilho, os planos brasileiros de abrir a embaixada na Coréia do Norte foram adiados até que o Itamaraty ê novas instruções. “O chanceler Celso Amorim me pediu que não partisse logo, que deixasse ver o que vai acontecer”, afirmou Carrilho,que está hospedado junto ao corpo diplomático brasileiro em Pequim, na China. “Estamos esperando a resolução do Conselho (de Segurança da ONU)”.



“Os canais de interlocução da Coréia do Norte estão meio entupidos”, diz Carrilho. “Com essa bomba, então, ficou muito entupidinho o negócio, então a ideia é o Brasil chegar e ajudar”.



Participação brasileira



O diplomata brasileiro designado para Pyongyang ressalta que, para o Brasil poder ajudar na prática, é necessário que a Coréia do Norte convide o país a participar das negociações de desarmamento.



“O que estamos tentando com a embaixada em Pyonyang é demonstrar uma atitude 'possibilista'”, diz Arnaldo Carrilho. “É ver até que ponto existe a possibilidade de evitarmos este rompimento da adoção das resoluções internacionais”.



O embaixador acrescentou ainda que, por enquanto, o Brasil não poderia fazer parte das negociações de desarmamento que envolvem o grupo de seis países formado pelas Coréias do Norte e do Sul e por Japão, China, Rússia e Estados Unidos.



“Nós não temos esta intenção manifesta, nem poderíamos apresentar-nos como candidatos, tendo em vista que ser observador do grupo dos seis países depende de um convite deles”, afirma Carrilho. “Não podemos nos fazer convidar”.



Com informações da BBC Brasil