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Missão da ONU chega a Gaza para investigar crimes de guerra

Uma missão da Organização das Nações Unidas chegou nesta segunda-feira (1º/6) à Faixa de Gaza para investigar possíveis crimes de guerra e outras violações de leis internacionais durante o último assalto israelense contra o território no início deste a

A equipe de 15 membros, chefiada por Richard Goldstone, um advogado sul-africano chegou à Faixa de Gaza passando pela passagem de Rafah, na manhã desta segunda-feira.



A missão teve de entrar pelo Egito após ter os vistos negados por Israel, apesar de múltiplos pedidos feitos pela ONU.



“Nós viemos aqui para ver, aprender, falar com o povo de todas as maneiras. Falaremos com as pessoas das ruas, com autoridades governamentais e outros representantes palestinos”, disse Goldstone.



A missão planeja completar a pesquisa em pelo menos uma semana, mas Goldstone disse que eles poderão ainda retornar em um mês, antes de apresentar o relatório no mês de agosto.



A equipe de Goldstone planeja encontrar testemunhas e vítimas das possíveis violações, além de organizações não-governamentais e a agência da ONU em Gaza.



Goldstone é o ex-chefe de acusação do Tribunal Penal para a Ex-Iugoslávia e Ruanda, e conduz um inquérito públicos sobre possível intimidação e violência ocorrida após a primeira eleição na África do Sul pós-apartheid, em 1994.



Hamas dá as boas-vindas



Ghazi Hamad, um representante do Hamas e funcionários da representação local das Nações Unidas encontraram a equipe na passagem de Rafah.



“Eles já encontraram representantes do governo, a maioria deles do ministério da saúde, aqui”, afirmou o correspondente da rede catariana de notícias al-Jazira, desde a cidade de Gaza.



“Eles assistiram cerca de duas horas de material preparado pelo governo, inclusive testemunhos e relatos de vítimas”, disse Hamad.



“Durante os próximos dias, eles verão por si próprios o mar de destruição que acometeu a Faixa de Gaza. Eles visitarão as áreas onde os crimes de guerra foram cometidos e ouvirão relatos que comprovam esses fatos diretamente do povo palestino”.



Israel acusa missão de “tendenciosa”



“Eles foram instruídos a provar que israel é culpado, nós não vamos colaborar com tal tipo de encenação”, disse Yigal Palmor, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, à agência de Notícias The Associated Press.



Palmor disse que Israel não tem plano algum de cooperar com a invesgitação.



Em maio, Goldstone afirmou que esperava visitar Gaza e o sul de Israel, para realizar audições públicas sobre os possíveis crimes de guerra.



Fawzi Barhoum, uma autoridade do Hamas, deu as boas-vindas à delegação da ONU em um comunicado.



“Esperamos ver os líderes do inimigo sionista serem levados à Justiça o mais cedo possível aos tribunais internacionais como criminosos de guerra”, afirmou.



Conduta questionada



Durante os 22 dias de agressão, que terminaram em janeiro, 1.417 foram mortos, inclusive 926 civis, de acordo com autoridades palestinas.



Entretanto, Israel diz que o número de mortos é consideravelmente menor, e que “apenas” 295 mortos seriam civis.



Grupos de direitos humanos internacionais, incluindo a Anistia Internacional, exigem uma investigação independente e crível da conduta de Israel em Gaza.



Esses grupos exigem que se investigue a destruição de áreas residenciais e o uso de artilharia que continha fósforo, que pode causar queimaduras intensas.



Israel, que realizou uma investigação interna realizada pelo seu Exército, no mês passado, alega que “não encontrou nenhuma evidência de má conduta” de suas tropas.