Deputados argentinos apoiam estatizações de Chávez
Dois deputados federais argentinos de centro-esquerda apoiaram a decisão do governo venezuelano de estatizar três siderúrgicas pertencentes ao grupo Techint, tomando distância de seus colegas no Parlamento, que criticaram duramente o presidente Hugo Ch
Publicado 07/06/2009 19:13
Horacio Alcuaz, da Coalizão Cívica, expressou sua negativa às iniciativas parlamentares que pretendem bloquear o ingresso da Venezuela ao Mercosul, advertindo que “pretender que os interesses do grupo Techint representem o interesse nacional argentino é muito ingênuo”.
O “Techint é um conglomerado de empresas transnacionais, composto por capital estrangeiro e com sede no paraíso fiscal de Luxemburgo”, afirmou.
Também o deputado Claudio Lozano afirmou que “doa a quem doer, o grupo empresarial Techint não é argentino”, pois “seus donos são a família italiana Rocca, sua sede legal é o paraíso fiscal de Luxemburgo e a assembleia de acionistas ocorre na Itália”.
Alcuaz disse ainda que “é de chamar a atenção que esta 'ofensiva nacionalista' seja liderada por alguns setores do empresariado argentino, que devastaram os recursos do país sem investir dinheiro aqui”.
“É lamentável que, em um momento em que a Organização dos Estados Americanos (OEA), após décadas, abre as portas à República de Cuba, alguns parlamentares argentinos dêem às costas ao povo venezuelano, sem manifestar o mínimo respeito ao direito de um povo irmão de determinar livremente sua condição política e procurar seu desenvolvimento econômico, social e cultural”, disse Alcuaz.
Lozano também questionou a falta de investimentos no país, afirmando que “o compromisso empresarial com o conjunto é definido na decisão de transformar em investimentos os lucros extraordinários obtidos nos últimos anos”.
No último mês, o mandatário venezuelano anunciou a estatização das empresas Tubos e Aços da Venezuela (TAVSA), Materiais Siderúrgicos (Matesi) e Complexo Siderúrgico de Guayana (Consigua) — todas pertencem ao grupo Techint.
Logo após o anúncio, a União Industrial Argentina (UIA), que reúne os industriais do país, exigiu que fosse “revista” a entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul. A entidade insinua que o governo venezuelano “coloca em risco” a integração regional.
A entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul foi aprovada por Argentina e Uruguai, e depende agora da aprovação dos Congressos de Brasil e Paraguai.
Com informações da Ansa Latina