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Dirceu: em SP “defender só candidato próprio do PT é erro”

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, cassado, inelegível, mas extremamente ativo e influente no PT, que presidiu em 1995-2002, não descarta o apoio da legenda da estrela a um candidato a governador de São Paulo lançado por outro partido – como o deput

Os comentários de Dirceu seguem-se a um artigo do jornalista Raymundo Costa, no Valor Econômico desta quarta-feira, dizendo que “durou pouco o namoro entre o PT e Ciro Gomes sobre uma eventual candidatura do deputado do PSB do Ceará ao governo do Estado”. Conforme Raymundo, a ideia gorou porque o PT-SP não abre mão de uma candidatura própria ao governo (veja aqui o texto completo).



Dirceu, que opera a partir do PT-SP – embora movimente-se nacionalmente e até internacionalmente – afirma que não é bem assim. E parece disposto a reverter o que parecia um fato consumado petista.



“Descartar a hipótese de uma candidatura de outro partido não é uma posição que agregue e facilite alianças em São Paulo. Assim, é bem-vinda a reunião da direção estadual do partido, segunda-feira  próxima para discutir, entre outros, esse assunto. A tese de que o PT tem que ter candidato próprio, defendida pela bancada estadual em nota, pode parecer algo evidente, mas é um erro”, afirma.



Em seguida aos dois posts que discutem a eleição paulista, o blog publica um terceiro sobre a hipótese de Ciro concorrer à presidência, como “terceira via”, dessa vez com o objetivo de jogar água fria na ideia. Veja os textos de Dirceu sobre a eleição em São Paulo:




Ciro Gomes, Dr. Hélio e nós em SP



Ciro Gomes disse que sua eventual candidatura é uma “fofoca forte”, mas não descartou a hipótese, já que segundo ele, “pessoas sérias” estão propondo-lhe que estude a possibilidade.



Realmente, seu próprio partido em São Paulo, o PSB, tem consultado várias lideranças a respeito. Assim sendo, os interlocutores tomam a proposta como séria também. Foi por isso que fiz um comentário sobre as candidaturas do PSB (Ciro Gomes) e do PDT (dr. Hélio, prefeito de Campinas) ao governo do Estado.



Há meses surgiu a pré-candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf, que reuniria o PSB, o PDT e o PCdoB. Depois a hipótese da candidatura do prefeito do PDT de Campinas, Dr. Hélio, com quem o PT mantém uma coalizão desde 2004. O partido ocupa hoje a vice-prefeitura da cidade.



A candidatura do Dr. Hélio teria viabilidade com o apoio do PT, do PSB, do PCdoB e do PMDB. Este, como sabemos, está aliado ao PSDB e ao DEM em São Paulo, desde a eleição municipal do ano passado, embora eu não aposte na viabilidade do cumprimento integral no ano que vem do que previa o acordo que fechou essa aliança.



Defender só candidatura própria do PT é erro



Pensar, discutir, propor o debate em torno de outras candidaturas e alternativas, que não exclusivamente uma do PT em São Paulo são propostas e hipóteses no momento, mas legítimas e com base real.



Assim como o PT tem várias pré-candidaturas – a ex-prefeita paulistana Marta Suplicy, os senadores Aloísio Mercadante e Eduardo Suplicy, os deputados Antônio Palocci e Arlindo Chinaglia, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza e o ministro da Educação, Fernando Haddad –  e busca alianças e acordos, os outros partidos fazem o mesmo.



Descartar a hipótese de uma candidatura de outro partido não é uma posição que agregue e facilite alianças em São Paulo. Assim, é bem-vinda a reunião da direção estadual do partido, segunda-feira  próxima para discutir, entre outros, esse assunto. A tese de que o PT tem que ter candidato próprio, defendida pela bancada estadual em nota, pode parecer algo evidente, mas é um erro.



O PT tem legitimidade, base social e eleitoral e nomes para reinvidicar uma candidatura própria, mas não pode, sob pena de ficar isolado e ser derrotado como no passado recente, excluir a hipótese de apoiar um aliado de outro partido, em nome do palanque nacional para eleger o sucessor do presidente Lula no Palácio do Planalto.



Ao mesmo tempo não pode defender essa política em nível nacional e recusar sua aplicação em São Paulo. Se nossa tática e palanques estaduais estão subordinadas ao palanque nacional não podemos nos recusar a examinar as propostas de nossos aliados.



Fonte: http://www.zedirceu.com.br