Oposição acena com acordo. CPI da Petrobras em “banho-maria”
Até o próximo dia 30, quando está prevista a reunião de instalação da CPI da Petrobras, o assunto deve ficar em “banho-maria”. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que ocupou o cargo de relator da CPI das ONGs, se manifestou disposto a devol
Publicado 18/06/2009 16:27
Segundo o próprio Arthur Virgílio, a data escolhida para instalação da CPI da Petrobras foi apontado pelo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), coincidindo com a volta do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da CPI das ONGs, que se ausentou do Senado por ter sofrido uma cirurgia.
Arthur Virgílio disse que a oposição está aberta a discutir a abrir mão da relatoria da CPI das ONGs. “Estamos abertos para discutir a relatoria das ONGs, estamos muito abertos”, afirmou, emendando com uma ameaça. Ele disse, posteriormente em entrevista que caso a oposição abra mão da relatoria da CPI das ONGs, mas, mesmo assim, o governo não garanta quórum para a instalação da CPI da Petrobras, a oposição deverá obstruir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que impediria o Congresso de entrar em recesso em julho.
O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) afirmou que a devolução da relatoria na CPI das ONGs ao bloco governista abre caminho para a instalação da CPI da Petrobras, mas ressalvou que o entendimento depende de conversa com o presidente da CPI das ONGs.
Reunião de cúpula
Nesta quarta-feira (17) uma reunião de cúpula dos líderes partidários no Senado, realizada numa sala reservada no cafezinho ao lado do plenário, discutiu os rumos da CPI da Petrobras e as medidas de superação da crise apresentadas pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), com o respaldo de 20 congressistas.
Participaram dessa reunião, ocorrida no início da noite, os líderes do governo, Romero Jucá, do PT, Aloízio Mercadante (SP), do PMDB, Renan Calheiros (AL), do PSDB, Arthur Virgílio, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) e o vice-líder do governo, Gim Argello (PTB-DF).
Nessa reunião, as lideranças discutiram o conjunto de propostas administrativas apresentadas por Tasso, como o afastamento imediato dos diretores da Casa, a eleição de um novo diretor-geral referendado pelo plenário e a extinção de verbas acessórias dos senadores e dos funcionários. Os líderes concordaram com a adoção de medidas de impacto, que Sarney prometeu avaliar e submeter à Mesa Diretora na reunião da próxima terça-feira (23).
Há divergências pontuais entre eles, mas que não comprometem o âmago da reforma. Mercadante, por exemplo, acha que uma proposta de ampla reforma administrativa deve ser delineada pelos senadores, e não pelo novo diretor-geral, como sugeriu Arthur Virgílio. Além disso, ele discorda da incorporação da verba de gabinete ao salário do parlamentar, conforme proposto pelo grupo multipartidário.
De Brasília
Com Agências