França: trabalhadores ameaçam explodir fábrica
Cerca de 360 trabalhadores ameaçam explodir as instalações da fábrica New Fabris, em Châtellerault, na região central da França. A ameaça é feita aos principais clientes daquela produtora de peças para automóveis – a Renault e a PSA Peugeot-Citröen, do
Publicado 14/07/2009 18:36
Os cerca de 360 trabalhadores da New Fabris, uma fábrica de componentes para automóveis na França, ameaçam fazer explodir as instalações do complexo industrial se não receberem uma indenização dos seus principais clientes.
O prazo dado por estes trabalhadores, que ocupam a fábrica de forma permanente, é o próximo dia 31 de julho e os destinatários são a Renault e a PSA Peugeot-Citröen.
O processo tem origem em abril, quando se iniciou o processo de insolvência da New Fabris. A falência foi consumada em 16 de junho.
Forçados à demissão coletiva e temendo nunca virem a receber as indenizações correspondentes, os operários exigem agora 30 mil euros por cada trabalhador que ficar sem emprego.
“Os botijões de gás estão na fábrica. Está tudo previsto para a explosão”, garantiu o sindicalista da Confederação Geral do Trabalho, Guy Eyermann, que explica a forma de luta adotada pelos trabalhadores: “não vamos deixar que a PSA e a Renault aproveitem os meses de agosto e de setembro para recuperar as peças em estoque e as máquinas ainda na fábrica. Se nós não temos nada, então eles não podem ficar com tudo”.
No total, estima-se que o valor das peças e máquinas em causa ronde os 4 milhões de euros. Os trabalhadores já queimaram algumas peças, como forma de protesto e demonstração da sua revolta.
Os representantes da Renault e da PSA Peugeot-Citröen já disseram que não podem se responsabilizar por esta indenização aos trabalhadores e que isso só poderia acontecer por decisão judicial. A direção da PSA diz ainda que “não se pode substituir aos acionistas ou ao Estado”.
Os trabalhadores tem encontro previsto com representantes do governo para o próximo dia 20, para tentar chegar a uma solução. No entanto, o ministro francês da Indústria, Christian Estrosi, já afirmou que não irá receber os operários se estes mantiverem a ameaça de explodir a fábrica.