Professores discutem saída para a greve 

Seis mil professores lotaram a quadra do Instituto de Educação de Pernambuco na tarde de ontem. Em pauta, a avaliação dos dezesseis dias da greve e se ela deve ou não continuar. A assembleia teve início às 15h. Heleno Araújo, presidente do Sintepe, ao lad


                A deputada Teresa Leitão é recebida com apupos e aplausos.”Não é possível acabar a greve com a rendição da categoria”, diz ela, “Greve só se acaba com negociação com o governo”, arremata. Paulo Rubem Santiago, deputado federal do PDT, diz que o piso salarial aprovado pelo governo federal “é pouco”, e relembra os trinta anos que separam a atual greve da primeira encabeçada por ele, à época presidente da Apenope.


 


Os oradores se sucedem, há propostas distintas. Um professor, “correndo o risco de ser vaiado”, defende no microfone o fim da greve, a volta do “estado de greve, até que haja a oportunidade para negociar com o governo.” Heleno Araújo, por fim, diz que a proposta da reunião ampliada do Sintepe, é pela continuação da greve. Há gritos, reiteração de propósitos. Na votação, vence a decisão de continuar a paralisação.


 



Com as moções de apoio da CNTE, da Adufepe, do Movimento de Trabalhadores Cristãos, do Sindserpe e do Sindifisco, não há como reverter os ânimos. Heleno diz que “o PCdoB, através do vereador Luciano Siqueira, já colocou na mídia a sua posição, de que haja negociação com o governo.” Antonieta Trindade, diretora do Sintepe, disse que “não vamos nos render, nem vamos nos desesperar. Em Honduras, onde houve golpe militar, houve negociação. Por que aqui não pode haver negociação!?” – foi aplaudida.


 


Heleno Araújo informa que o Sintepe entrou com ação no Ministério Público “contra as contratações de professores temporários feitas pelo governo. Os temporários estão sentados porque não há alunos para assistir às aulas…” E informa que há outra ação no MP, “contra o pagamento do bônus só aos professores que não estão fazendo greve.”


 


A assembleia aprovou ainda visitas nos colégios para manter a paralisação, ato público no Centro de Convenções, às 17h desta quarta-feira; nas quinta e sexta-feiras, atos na Diretoria Regional de Ensino; plenária no auditório do Sintepe, às 14h da sexta-feira. Ainda na sexta-feira, pela manhã, concentração ao lado da Assembleia Legislativa, junto com servidores da Saúde e do Detran também em greve. Na segunda-feira, outra assembleia na quadra do IEP.


 


A reunião desdobrou-se em passeata pela avenida Conde da Boa Vista, rua da Aurora, ponte Princesa Isabel. Os acessos ao Palácio do Campo das Princesas foram bloqueados pela polícia, mesmo sem violência. Depois o cortejo seguiu pela rua do Imperador, para terminar em frente à Secretaria Estadual de Educação.


 


Fonte: Site do vereador Luciano Siqueira