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Câmbio: participação da indústria nas exportações desaba 13%

A fatia dos manufaturados nas exportações do país recuou de 56,0%, do período 1995/1999, para 42,9%, em 2008. Os números foram citados pelo economista José Luis Oreiro, da Universidade de Brasília (UnB), que os atribuiu ao também economista Guilherme Delgado, do IE/UFU, para criticar os efeitos do câmbio forte sobre a indústria nacional.

"A participação dos manufaturados na pauta de exportação se reduziu cerca de 13 pontos em pouco mais de dez anos. A tendência de apreciação do câmbio nos últimos 15 anos (excetuando o breve período 2001-2004) cobrou o seu preço em termos de primarização da pauta de exportações do Brasil", resumiu.

Ele classificou como "lamentável" que a equipe econômica "tenha se rendido aos argumentos ortodoxos, segundo os quais o comportamento da taxa de câmbio é o resultado inevitável das forças de mercado". Oreiro lembra que o pré-sal é mais um fator de atração de dólares, acentuando a tendência de apreciação cambial no longo prazo. E ressalta que a experiência internacional mostra ser possível, sim, administrar o câmbio.

"A China que o diga. Mas a estabilização do câmbio pressupõe controles de capitais e aumento da poupança do setor público. Se isso não for feito a médio prazo (2 a 5 anos) a combinação entre "investment grade" e o início da exploração dos recursos do pré-sal vai produzir grandes superávits, tanto na conta de capitais, como na conta de transações correntes do balanço de pagamentos, levando a uma fortíssima apreciação do câmbio e à desindustrialização da economia brasileira", frisou.

A informação é do Monitor Mercantil