Superávit primário de agosto é o menor em seis anos
O setor público brasileiro registrou em agosto o menor superávit primário para o período em seis anos e o resultado acumulado em 12 meses se aproximou do limite inferior da meta fiscal para 2009, mostraram dados do Banco Central (BC) nesta quarta-feira.
Publicado 30/09/2009 16:38
A “economia” feita pelo governo federal, Estados, municípios e estatais para o pagamento de juros caiu a R$ 5,042 bilhões em agosto — metade do saldo de R$ 10,084 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado.A queda reflete a retração das receitas do governo em meio ao desaquecimento da economia e à elevação dos gastos públicos – parte dos quais foram voltados para medidas anticíclicas.
Em 12 meses encerrados em agosto, o superávit primário foi equivalente a 1,59% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,77% do PIB em 12 meses até julho.A meta do governo para o resultado primário em 2009 é de 2,5% do PIB, mas o resultado pode cair a 1,56% do PIB com o abatimento das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do projeto "Minha Casa, Minha Vida"."Mas a meta é de 2,5%, e o governo está trabalhando para cumpri-la", ressaltou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ao comentar os dados.
Dívida estável
A dívida líquida do setor público permaneceu estável em agosto na comparação com julho, a 44% do PIB. O BC prevê que a relação subirá a 44,5% em setembro, impactada pela valorização do real frente ao dólar, e chegue ao final do ano em 43,3% do PIB. "A dinâmica da dívida no curto prazo hoje depende em grande medida do comportamento do câmbio, você tem ativos significativos indexados a câmbio", afirmou Lopes.
Ele acrescentou que no médio prazo a queda dos juros ainda terá um impacto importante sobre a dívida. A projeção do BC para a dívida em 2009 leva em conta o cumprimento da meta primária de 2,5% do PIB. Caso o resultado efetivo fique em 1,56% do PIB, a dívida fechará o ano em 44,2%, caindo a 40,9% em 2010. No final de 2008, a dívida estava em 38,8% do PIB.
No mês passado, o governo central registrou superávit primário de R$ 3,899 bilhões, enquanto os governos regionais fizeram superávit de R$ 1,103 bilhão e as estatais tiveram saldo positivo de R$ 41 milhões. O vencimento de juros foi de R$ 13,204 bilhões e, com isso, o País teve déficit nominal de R$ 8,162 bilhões.
Com agências