Marqueteiros de Obama mostram "estratégias" para vencer eleições
Os consultores Jason Ralston e Ben Self, responsáveis pela campanha do presidente dos Estados Unidos Barack Obama em 2008, mostraram em um seminário em São Paulo que o principal trunfo da campanha do presidente foi explorar a autenticidade do candidato para transmitir a mensagem de esperança.
Publicado 16/10/2009 16:25
O evento, que teve cobertura ao vivo através de um twitter oficial e de blogs relacionados, analisou as estratégias utilizadas para o sucesso da campanha eleitoral de Obama. Um público restrito, formado por políticos, profissionais de propaganda e tecnologia se reuniu para aprender com o fenômeno Obama e estudar possibilidades de implantação da fórmula no Brasil, a um ano das Eleições Presidenciais.
Jason Ralston, responsável pela publicidade na campanha, lembrou frases como "o meio é a mensagem", de Marshall McLuhan, para apresentar os motivos do sucesso da utilização da internet na campanha. A estratégia "horizontalizada", segundo Ralston, foi fundamental inclusive nas prévias, devido ao pouco apoio institucional do nome de Obama.
Ralston também citou que o conhecimento da vida do candidato foi fundamental para explorar alguns aspectos da campanha, como a qualidade de olhar "diretamente nos olhos" dos eleitores. Tanto Ralston como Ben Self valorizaram o uso da internet na campanha, mas consideraram que o fator não foi exclusivo para o sucesso de Obama nas eleições. Ben Self lembrou que valores como autenticidade, transparência e o contato regular com os eleitores nas mais diversas mídias foram fatores relevantes para a vitória nas eleições norte-americanas.
Ben Self não falou sobre possíveis contratações para trabalhar na campanha brasileira, embora tenha afirmado ao Terra no final de setembro que está trabalhando com o PT. O marqueteiro da campanha de Obama lembrou também que um ponto relevante da campanha foi não buscar apenas convencer os eleitores, mas formar uma rede de pessoas capazes de militar na campanha e angariar votos.
Internet rende recursos
Ben Self defendeu o uso da rede mundial de computadores como forma de aumentar o engajamento do eleitorado e dar mais transparência às disputas eleitorais. "Há outras formas de relacionamento que não sejam com dinheiro e tapinhas nas costas", afirmou.
Em sua intervenção no 1º Seminário de Estratégia de Comunicação e Marketing promovido pela Universidade George Washington, Self citou números da campanha on-line de Obama: US$ 500 milhões (cerca de R$ 900 milhões) arrecadados pela internet, 220 milhões de contatos com eleitores por meio de um mailing com mais de 13 milhões de endereços, 1.800 vídeos divulgados na rede que proporcionaram a assistência de mais de 1 bilhão de minutos via computador.
O sistema de arrecadação começou com pedidos de U$ 5. Segundo ele, mais do que arrecadar fundos, a estratégia serve para aumentar o engajamento na campanha:
"Quando você dá dinheiro, algo muda na relação. As pessoas passam a ter mais interesses. Você começa pedindo US$ 5 e vai pedindo mais e mais".
Tecnologia não ganha campanha
Por outro lado, Self refutou o rótulo "salvador" da campanha presidencial. Dividiu o mérito com a integração às mídias tradicionais, não apenas a aposta no ambiente digital. O publicitário deixou claro que “tecnologia não ganha uma eleição presidencial”. Para ele, deve haver um misto de estratégia, carisma e qualidade do candidato, que, somados ao pensamento criativo e elaborado, surtem os efeitos esperados.
Da redação,
com agências