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Sarney: PMDB não tem justificativa para não apoiar PT

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta terça-feira que seu partido vai fechar mesmo uma aliança com o PT para as eleições presidenciais do ano que vem e disse que a legenda não tem razões "morais" para não fazê-lo.

"A minha posição não é de hoje, é de sempre: que o PMDB deve manter aliança com o PT porque participa do governo, está entrosado com o governo e não teria justificativa nem política, nem moral, para se negar a participar das eleições do ano que vem", disse.

O presidente Lula e o presidente da Câmara Michel Temer (PMDB-SP) se reúnem na noite desta terça-feira para tratar da aliança entre as duas legendas.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), afirmou que após o encontro desta noite, os peemedebistas deverão começar a resolver os imbróglios estaduais para as próximas eleições.

Segundo o líder da legenda, tudo passará a ser conversado depois desta oficialização da aliança que irá ocorrer nesta terça-feira. "Esperamos que esta etapa resulte num compromisso formal. Depois disso,vamos ter maior obstinação para questões estaduais", disse.

Vice só em 2010

A ideia da legenda é formalizar a aliança com o PT nos bastidores, mas torná-la pública somente em 2010 o que inclui deixar para um segundo momento a definição do nome do peemedebista que vai disputar a vice-presidência na chapa da petista. O líder admite, porém, que o nome do deputado Michel Temer ganha força dentro do partido para disputar a vice-presidência na chapa de Dilma.

Em diversos Estados, peemedebistas não estão dispostos a apoiar candidatos do PT, ou da sua coligação, na disputa de 2010 o que dificulta a aliança em nível nacional com os petistas. Alves afirma, porém, que os problemas regionais serão solucionados a tempo de possibilitar o apoio do PMDB à candidatura de Dilma.

"Tão importante quanto o PT e o PMDB são os outros partidos. Queremos depois formar um grande bloco com todos os partidos para discutir juntos questões de 2010", afirmou Alves.

Contra Dilma, só o PMDB de SP e RS

O pequeno grupo do PMDB favorável à candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), espera que o PSDB defina o nome do seu candidato para tentar reverter a decisão da cúpula peemedebista de apoiar a ministra Dilma Rousseff em 2010.

Nos bastidores, peemedebistas contrários à aliança nacional com o PT vêm mantendo conversas com os tucanos para cobrar uma definição de candidatura. A ala serrista do PMDB avalia que, com a demora, o grupo favorável a Dilma ganha força dentro da legenda para fazer a aliança com o PT decolar.

"O que a gente tem que fazer é enfrentar essa realidade nova que o PMDB pôs em prática, combater isso e esperar que o PSDB defina a candidatura. Definindo a candidatura, melhora para os dissidentes. A gente tem uma condição melhor de lutar com a candidatura definida", afirmou o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Jarbas é um dos únicos dirigentes do PMDB contrários à aliança com Dilma. Mesmo sendo liderança importante do PMDB de Pernambuco, Jarbas dificilmente conseguirá segurar a adesão do PMDB pernambucano ao bloco de apoio a Dilma.

Por enquanto, somente os diretórios de SP, sob o comando de Orestes Quércia, e do RS, liderado pelo senador Pedro Simon, cogitam aderir à candidatura Serra.

Da redação,
com agências