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Trabalhadores terão vale de R$50 por mês para consumir cultura

O ministro da Cultura Juca Ferreira, em entrevista para o programa Bom Dia Ministro, nesta quinta-feira – 5 de Novembro – Dia Nacional da Cultura, falou sobre o Vale-Cultura, que garantirá ao trabalhador acesso aos bens culturais, minimizando os efeitos do “apartheid” cultural no Brasil. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Vale Cultura

Infelizmente no Brasil, menos de 10% dos brasileiros já entraram em um museu, só 13% vão ao cinema e apenas 17% compram livros. Mais de 92% dos municípios brasileiros não têm um cinema, ou sequer, um teatro. A realidade cultural brasileira é dramática, é quase um apartheid cultural. A cultura é inacessível para grande maioria dos brasileiros. Então o Ministério inovou: tivemos a idéia de além de financiar a produção, financiar o consumo cultural. O Vale Cultura é muito simples, se parece com esses vales refeições. O trabalhador terá um cartão magnético, com valor nominal mensal de R$50, e para isso ele só paga R$5 para gastar com cinema, teatro, show, CD, livro etc.

Recursos para cultura

A luta por recursos é histórica na área cultural. A cultura foi, durante muito tempo, eu diria até o ministro Gilberto Gil assumir a pasta – tratada como algo secundário. Como ele dizia, tratado como a cereja do bolo, um enfeite das políticas públicas. Na verdade, a cultura é uma necessidade como é a comida. Não há possibilidade de pensarmos o ser humano sem cultura. O ser humano produz cultura e necessita de acesso pleno a ela para que tenhamos uma sociedade saudável, em condições de enfrentar os desafios do século 21. Herdamos do governo passado um orçamento de 0,2% do total do orçamento federal. Isso é insignificante. A nossa demanda é a mesma da recomendação das Nações Unidas, que o recurso para a cultura nunca seja inferior a 1% do total. Mas, está tramitando, na Câmara, um projeto de emenda constitucional que reservará no mínimo 2% para cultura, o que vai significar cerca de R$6 bilhões. O que é uma escala de crescimento razoável para atender às necessidades e demandas da sociedade brasileira em todos os aspectos da cultura.

PAC das Cidades Históricas

Pela primeira vez o patrimônio histórico não está sendo tratado de forma isolada. Além da sua importância cultural, ele está sendo tratado também como ativo econômico, para o desenvolvimento, geração de renda e ocupação nessas cidades. Não haverá concorrência, as 173 cidades do programa serão beneficiadas. Os recursos estão assegurados. Com o PAC das Cidades Históricas estamos inaugurando uma segunda geração de projetos e ações. São ações integradas, que articulam infraestrutura urbana, meio ambiente, cultura e qualidade de vida.

Fonte: Em Questão