Ministério Público faz nova denúncia contra Arruda
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge apresentaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma nova denúncia contra o governador afastado do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), preso há mais de uma semana na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.
Publicado 20/02/2010 14:37
Na nova denúncia, Arruda é acusado de inserir informações falsas em quatro documentos entregues à Justiça sobre o recebimento de dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, autor das denúncias do escândalo do chamado mensalão do DEM , que seria comandado pelo governador afastado.
Em um dos vídeo do escândalo, Arruda, então candidato a governador, aparece recebendo R$ 50 mil das mãos de Durval, em 2006. Diante da revelação dos vídeos, Arruda alegou que o dinheiro seria uma doação para a compra de panetones. ( Assista aos vídeos que revelam indícios de corrupção no DF )
Segundo nota divulgada neste sábado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os documentos não possuem data e atestam o recebimento de dinheiro para "pequenas lembranças e nossa campanha de Natal" no valor de R$ 20 mil no ano de 2004, R$ 30 mil em 2005, R$ 20 mil em 2006 e R$ 20 mil em 2007.
De acordo com a denúncia, eles foram elaborados, imprimidos e assinados pelo governador no dia 28 de outubro de 2009, na residência oficial em Águas Claras. Em seguida, foram rubricados por Durval Barbosa, que os entregou à Polícia Federal no dia 30 de outubro, quando declarou que não doou a Arruda o dinheiro que o governador afirma ter recebido nos documentos. Para Gurgel e Raquel Dodge, a intenção de Arruda foi alterar a verdade sobre a investigação da qual é alvo.
O procurador-geral e a subprocuradora defendem na nova denúncia o afastamento do governador, pois ele estaria interferindo na administração da Justiça e inibindo o andamento de seu processo de impeachment na Câmara Legislativa. A denúncia requer a condenação de Arruda quatro vezes por falsidade ideológica, com aumento de pena pelo fato de ele ser funcionário público.
Fonte: globo.com