Seminário aborda luta feminina na atualidade, dias 19 e 20 no Rio
Em parceria com a Fundação Maurício Grabois, a Secretaria da Mulher do PCdoB e o Fórum Permanente do PCdoB sobre a Questão da Mulher realizam nos próximos dias 19 e 20 de março seminário em comemoração aos 100 anos do 8 de março. O evento tem o apoio da OAB-RJ. “É um evento muito importante especialmente pelo significado da data que homenageia. Não se trata apenas de lembrar as mulheres, mas de reafirmar a cada ano a continuidade dessa luta”, diz Liége Rocha, secretária da Mulher do PCdoB.
Publicado 09/03/2010 17:50

O evento será aberto por ato político no dia 19, a partir das 15h, na sede da OAB-RJ, presidido pela própria Liége e Nereide Saviani. No dia seguinte, o seminário acontece no Rio’s Presidente Hotel, a partir das 9h30.
Divido em três tópicos – “O 8 de Março e a luta pelo socialismo”, “Mulher e trabalho: conquistas e desafios” e “O poder das mulheres e as mulheres no poder” – o seminário colocará em pauta não apenas a importância histórica da data, mas principalmente a atualidade da luta feminista e emancipacionista e o lugar da mulher em espaços sociais variados. “O 8 de Março é um marco na luta das mulheres por sua emancipação. Queremos comemorar radicalizando o debate, abordando temas atuais e direitos gerais das mulheres”, explica Liége.
Para ela, o tema que relaciona poder e mulheres ganha especial importância neste que é um ano eleitoral, principalmente diante da possibilidade de o Brasil eleger sua primeira presidente. “Precisamos romper com a sub-representação feminina nos espaço de poder e é preciso aproveitar estas eleições para lançar mais mulheres que ocupem espaços políticos”.
De acordo com Liége “é importante que homens e mulheres participem dessa luta porque a busca pela igualdade pressupõe a participação de ambos. Temos de estimular cada vez mais a presença das mulheres na política “.
Entre as vitórias que a dirigente destaca como algumas das mais importantes entre as mais recentes estão a garantia de participação mínima feminina de 30% nas chapas proporcionais; de 10% nos programas partidários e a reserva de 5% do fundo partidário para a capacitação política das mulheres. “Esperamos que o seminário possa contribuir com esse debate e engrandecer a participação das mulheres nas eleições de 2010, para evitarmos o retrocesso e continuarmos trabalhando pela implantação de um novo projeto nacional de desenvolvimento para o país”.
Entre os palestrantes estão Ana Rocha, presidente do PCdoB-RJ; Mary Castro, socióloga e professora da UCSal/; Lena Lavinas, professora do Instituto de Economia da UFRJ; Clara Araújo, professora da UERJ; Abigail Pereira, secretária Nacional da Mulher da CTB; Jandira Feghali, secretária de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro, Hildete Pereira, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Edna Roland, Coordenadora de Igualdade Social da Prefeitura de Guarulhos (veja a programação completa e os endereços do ato político e do seminário).
Participação internacional
Nesta quarta-feira (10), Liége Rocha está em Nova Iorque representando a Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM) em seminário da 54ª Reunião da Comissão da Mulher da ONU.
O tema central da reunião – que começou dia 1º e vai até dia 12 – é o balanço dos encaminhamentos saídos da 4ª Conferência Mundial sobre a Questão da Mulher, realizada em Pequim, no ano de 1995, quando foi aprovada a Declaração e a Plataforma de Ação de Beijing. Os documentos são uma espécie de plano de intenções a ser implantado e desenvolvido pelas nações que formam a ONU.
Liége presidirá seminário sobre a valorização do trabalho das mulheres e dividirá espaço com lideranças de outros países filiados à FDIM, entre eles, Cuba.
Como dirigente nacional da União Brasileira de Mulheres, filiada à FDIM, Liége diz que “nunca tivemos uma oportunidade; é algo ímpar nesse processo e significa também o reconhecimento do trabalho da UBM nessa frente. Estabelecemos uma relação de confiança mútua com a FDIM”.
Para ela, “nossa participação contribui para a articulação entre sociedade civil e governos para impulsionar a implementação de políticas públicas”.
Da redação