Serra faz demagogia com redução do ICMS para indústria têxtil
Em meio a uma maratona de inaugurações, o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, anunciou nesta segunda (29) a redução de 12% para 7% do ICMS para a indústria têxtil nas vendas ao comércio. Com críticas oportunistas à política macroeconômica do governo federal, o tucano afirmou que a medida vai trazer alívio ao setor, mas não resolverá todos os problemas.
Publicado 29/03/2010 19:32
"A redução do ICMS é um incentivo. Resolve todos os problemas? Não. Há vários outros de carga tributária em geral e concorrência externa desleal praticada pelos países asiáticos. O Brasil não se defende o quanto é necessário", disse Serra. Parece um discurso nacionalista, mas é preciso lembrar que as aparências enganam.
Farinha do mesmo saco
Partindo de um tucano, a crítica à política econômica cheira demagogia. Afinal, quem mais desnacionalizou a economia e subtraiu competitividade da indústria brasileira, com uma política cambial suicida (que entrou em colpaso em 1998-99), foi o governo liderado pelo seu partido, o PSDB, e presidido por FHC, de quem o presidenciável Serra procura se distanciar perante a opinião pública, pois sabe que o povo deplora a política de privatizações indiscriminadas e o ranço autoritário do antecessor de Lula. Mas não adianta tentar esconder o sol com a peneira: o atual governador de São Paulo e o ex-presidente tucano são farinha do mesmo saco.
Cabe notar, adicionalmente, que o tucano centra suas críticas à China, acusando-a de promover uma competição desleal, mas evita criticar as potências capitalistas (EUA, em primeiro lugar), cuja política sempre foi e é guiada por interesses neocolonialistas, combatidos pela política externa do governo Lula, com a qual Serra e o tucanato nunca concordaram. Que relações o Brasil teria com essas potências sob Serra? Voltaríamos à diplomacia dos pés descalços, certamente.
Da redação, com agências