Inflação é maior para famílias de baixa renda
A inflação para o conjunto das famílias do município de São Paulo, em março, foi de 0,47%, ou seja, 0,12 ponto percentual menor que a de fevereiro (0,59%), segundo o ICV – DIEESE. No entanto, a taxa do mês foi muito diferenciada segundo os estratos de renda, com variação mais expressiva para as famílias de menor poder aquisitivo, reunidas no estrato 1 (0,89%).
Publicado 09/04/2010 16:59
À medida que o nível de rendimento cresce, o impacto da flutuação dos preços sobre a renda é menor, resultando numa inflação de 0,62%, para as famílias com nível intermediário de rendimento (estrato 2) e de 0,32%, para as de maior poder aquisitivo, pertencentes ao estrato 3. Isto se deve principalmente ao comportamento dos preços dos alimentos, que proporcionalmente pesam mais para os estratos de menor renda.
Os maiores aumentos foram registrados nos seguintes grupos: Alimentação (1,54%), Saúde (1,25%) e Habitação (0,46%), que em conjunto contribuíram com 0,70 pp, no cálculo da taxa de março, enquanto o grupo Transporte (-1,65%) colaborou negativamente com -0,27 ponto percentual.
Inflação Acumulada
Nos últimos 12 meses, entre abril de 2009 e março de 2010, o ICV apresentou alta de 5,79%. Ao se considerar os diferentes estratos, as taxas anuais também diminuem com o crescimento do poder aquisitivo: 6,17% para o estrato 1; 5,92% para o 2, e 5,67%, para o 3. Entre janeiro e março deste ano, a inflação acumulada é de 2,81%, sendo maior para os estratos iniciais: 1º (3,04%), 2º (3,10%) e ligeiramente menor para o 3º (2,64%).
Os preços nos últimos 15 meses
A taxa inflacionária do 1º trimestre do ano (2,81%) causou certa preocupação, dado ser bem superior a de igual período em 2009 (1,11%). No entanto, uma análise realizada pelo DIEESE nos últimos 15 meses (de janeiro de 2009 a março de 2010) mostra que a maioria dos 594 itens componentes do ICV apresenta comportamento estável em todos os meses do período.
Nos três primeiros meses de 2010, a participação dos itens com preços estáveis – de 51,3%, em janeiro; 60,6%, em fevereiro e 56,7%, em março – foi superior à observada nos mesmos períodos, em 2009 (48,8%, em janeiro; 54,4%, em fevereiro e 51,5%, em março). Além disso, o número de itens com comportamento inflacionário nos mesmos meses foi menor que em igual período no ano passado, o que reforça o argumento de não proliferação inflacionária.
Fonte: Dieese