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TV Brasil leva ao ar Guerrilha do Araguaia

Quase 40 anos depois, o Araguaia continua sendo fato que desperta grande interesse. A TV Brasil exibiu nesta quinta-feira (20), no programa Caminhos da Reportagem, episódios da Guerrilha do Araguaia. O programa apresentou testemunhos inéditos de historiadores, sobreviventes, militares que atuaram no conflito e familiares de guerrilheiros desaparecidos.

O movimento armado de resistência à ditadura militar foi liderado pelo PCdoB, e aconteceu às margens do rio Araguaia, no sul do Pará (região onde atualmente é o norte do Tocantins, conhecida como Bico do Papagaio), entre a segunda metade dos anos 60 e a primeira metade da década de 1970.

A resistência heroica sobreviveu a duas expedições militares de grande envergadura do Exército Brasileiro, sendo dizimada apenas na terceira. O confronto aos guerrilheiros foi a maior mobilização de tropas do Exército Brasileiro desde a Segunda Guerra Mundial.

Um dos depoimentos exibidos no programa é o do então militar Edson Fernandes, que era soldado e atuou no combate à guerrilha. Ele confirma que os militares torturaram e mataram dezenas de guerrilheiros.

Até hoje o Exército Brasileiro se nega a dar informações precisas e devolver os corpos de dezenas de guerrilheiros. A Corte Interamericana de Direitos Humanos começou nesta quinta-feira (20) a audiência pública na qual o Brasil terá de responder pelas acusações de detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de dezenas de pessoas.

O processo é consequência de uma petição de agosto de 1995 movida por ONGs junto à Comissão Interamericana de Direito Humanos (CIDH). Desde então, o organismo analisou o caso e sugeriu ao Brasil uma série de medidas reparatórias. Como o país, lamentavelmente, não concretizou as sugestões, a Comissão encaminhou a denúncia à Corte – última instância para o caso.

O órgão sediado na Costa Rica vai ouvir, em dois dias, os depoimentos de representantes das vítimas, as conclusões da comissão interamericana e a defesa do Estado brasileiro — que está a cargo de uma delegação interministerial. O anúncio da sentença está previsto para novembro.

Da Redação, com Agência Brasil