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Deputado destaca ação de Lula para levantar a indústria naval

Em meio aos debates entre oposicionistas e governistas, que ganham força no período eleitoral, o deputado da base aliada, Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), fez um longo discurso esta semana para destacar o soerguimento da indústria naval brasileira como parte do processo de desenvolvimento do País. Ele fez um paralelo entre a situação anterior da indústria naval, que teve sua morte decretada pelo governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, e o momento atual de crescimento.

“O reflexo deste momento favorável, que a indústria nacional vivencia, pode ser notado nas atividades desenvolvidas pela indústria naval. Assim, se anos atrás proclamavam a morte da indústria naval, hoje celebramos seu soerguimento. Atualmente, essa indústria, no Brasil, passou a ser a sexta maior, em todo o mundo, e acredito que pode voltar ao patamar da década de 70”, afirmou o parlamentar.

Ele lembrou que em 2004 começou a aparecer o sinal de retomada de crescimento da indústria naval. “O fortalecimento da capacidade produtiva nacional, para aumentar nossa competitividade passou a integrar a agenda do governo, que com a crescente demanda do setor se deparou com a oportunidade de gerar emprego e renda no solo nacional. Como resposta a este novo cenário, foi preciso a concessão de incentivos fiscais e financiamento para armadores e estaleiros.”

Na década de 1970, o Brasil possuía a segunda maior carteira de encomendas do mundo, perdendo apenas para o Japão. Com a implementação do neoliberalismo na década de 1990 e o enfraquecimento do Estado, o setor foi fortemente atingido chegando perto da sua extinção. Com o corte de subsídios para a indústria naval, o setor entrou numa grave crise. As consequências foram drásticas, levando ao fechamento da maioria dos estaleiros.

Na década de 1980, o Brasil, refém da propagada liberdade de mercado, que achatava diversos setores da economia nacional, discutia saídas para a falência da indústria naval.

Valentim destacou que “nunca estive entre aqueles, muitos, que vaticinavam a morte dessa atividade, previam o encerramento dos estaleiros e a perda dos empregos, das escolas, do conhecimento acumulado no setor, e falavam, ainda, de tantos outros prejuízos que viriam com o encerramento da atividade das empresas.”

Redenção da indústria naval

No início do Governo do Presidente Lula, surgiram as primeiras decisões da Transpetro, no sentido de dar preferência à construção de navios no Brasil, mesmo que a um custo maior que o da embarcação importada. “Na época, a empresa e o governo foram muito criticados, tanto por algumas lideranças políticas quanto por diversos órgãos da chamada grande imprensa. Dizia-se que o governo afrontava o mercado, e que a empresa desrespeitava seus acionistas, ao comprar mais caro”, recorda o parlamentar.

Valentim, que é presidente da Frente parlamentar em Defesa da Indústria Marítima Brasileira, destaca que esses mesmos críticos calavam-se quanto aos impactos da política adotada. “O resultado foi a criação de milhares de empregos, a geração de milhões de reais em impostos e, ainda, benefícios à própria Transpetro, com a redução dos custos da expansão e manutenção da sua frota, em razão mesmo das encomendas realizadas e da maior escala de operação dos nossos estaleiros”, contabiliza.

E acrescenta que “além dos navios que servem à exploração de petróleo em nossa Pátria, nossos estaleiros estão construindo navios e plataformas para empresas como a Statoil, da Noruega, e a americana Devon, outra grande multinacional.”

Atualmente, a carteira de encomendas da indústria naval passa dos 10 bilhões de reais. Os empregos gerados no último ano chegam a cerca de 46 mil postos de trabalho, contando apenas os empregos diretos. Especialistas projetam que cada emprego direto gerado, mais quatro indiretos são criados. Isso significa que em 2009, 184 mil trabalhadores foram beneficiados indiretamente pela indústria naval.

Espalhada pelo Brasil

Outro fato de grande importância, destacado por Valentim, é que a indústria naval tem se espalhado pelo Brasil. Embora o Rio de Janeiro tenha condições geográficas excepcionais, pois tanto a baía de Guanabara, quanto a de Angra dos Reis apresentam excelente proteção natural às embarcações, hoje a construção de navios oceânicos é realizado em Pernambuco, Santa Catarina, Pará e noutros Estados. Em breve, será inaugurado em Alagoas outro estaleiro, com capacidade produtiva para receber encomendas de grandes armadores internacionais.

Valentim conta que quando participou do lançamento ao mar do navio Celso Furtado no final de junho, no Rio de Janeiro, teve a oportunidade de conversar com vários trabalhadores da construção naval. E se emocionou ao ouvir depoimentos de trabalhadores qualificados, que amargaram anos de desemprego, mas acreditaram nas promessas do Presidente Lula que firmou em campanha eleitoral que daria prioridade a indústria nacional nas contratações da Petrobras e da Transpetro.

Para o parlamentar, “não há melhor forma de distribuição de renda no nosso País, senão a geração de emprego. A felicidade expressa por aqueles trabalhadores nos motiva a continuar a trabalhar na consolidação e ampliação deste setor produtivo.”

De Brasília
Márcia Xavier