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TSE nega liminar e Bigardi diz que não vai “baixar a cabeça”

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, negou na noite desta quinta-feira (29) pedido de liminar do deputado estadual Pedro Bigardi, do PCdoB de São Paulo. A ação cautelar – ajuizada pelo próprio parlamentar contra seu antigo partido, o PT – visava suspender o recurso julgado pelo TRE-SP que resultou na perda de seu mandato. Diante da decisão, Bigardi emitiu nota em que diz: “Quem sou eu para abaixar a cabeça”.

Pedro Bigardi

“Olho para os lados e vejo quanto ainda vale a pena e continuo em frente neste caminho cheio de obstáculos que exigem coragem e disposição para superá-los”, escreveu Bigardi.

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No pedido de liminar, a defesa de Bigardi alega ter havido no PT paulista “discriminação pessoal” contra ele “consubstanciada na desproporcionalidade da distribuição de recursos aos candidatos", motivo que o levou a deixar a legenda e a se filiar mais tarde ao PCdoB, quando ainda era suplente de deputado estadual. Ao assumir a vaga em março de 2009, passou a sofrer ação de seu antigo partido que alegava “infidelidade partidária” e requeria o mandato.

Ainda de acordo com a defesa de Bigardi, houve então “grave discriminação pessoal” também configurada na “verdadeira perseguição odiosa dos próprios ‘companheiros’ de partido, ou seja, os vereadores do PT em Jundiaí (seu reduto eleitoral), que fizeram contra-campanha direta e aberta para que o recorrente não se elegesse em 2006 (algo que acabou ocorrendo, já que o recorrente elegeu-se o 4º Suplente de Deputado Estadual).

Quanto à decisão anterior do TSE – tomada dia 15 – os advogados de Bigardi alegam que o tribunal “não analisou a prova documental e testemunhal produzida pelo ora autor”, entre eles o depoimento de dirigentes do PT, como Nancy Dias, presidente do partido em Jundiaí na época dos fatos. Ela teria revelado haver naquele momento um “inferno de vaidades”, “egos em conflito” e não as “simples disputas internas absolutamente corriqueiras e salutares".

Em sua decisão, o ministro Ricardo Lewandowski apontou que “Examinados os autos, não verifico a presença dos requisitos que autorizam o deferimento da medida liminar”. Concordando com avaliação do TRE, diz que o “acervo probatório dos autos aponta no sentido de que o verdadeiro motivo para a desfiliação partidária foi a disputa interna existente no partido” e alega que “não ficou comprovada qualquer atitude discriminatória contra Pedro Bigardi”.

A liminar não anula o andamento do recurso movido pela defesa de Bigardi que segue tramitando no TSE sem data marcada para julgamento.


"Força estranha"

Leia abaixo nota de Pedro Bigardi divulgada neste sexta-feira, 30, em que ele fala sobre a decisão do TSE.

No final da noite de quinta-feira, 29 de julho, recebemos a informação de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não atendeu ao nosso pedido de liminar para que pudéssemos recuperar o mandato de deputado estadual. A decisão foi dada pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do TSE, às 23h48, conforme consta no site do Tribunal.

Certa vez, meu amigo Erazê Martinho escreveu um artigo intitulado ‘Força Estranha’, fazendo referência à trajetória de vida de Antonio Galdino, ex-vereador de Jundiaí e uma das maiores lideranças brasileiras na luta dos aposentados e pensionistas. Erazê e Galdino são meus mestres e dediquei minha posse na Assembleia, dia 23 de março de 2009, especialmente a eles e ao meu pai.

A ‘Força Estranha’ que conduz Galdino na sua trajetória política e pessoal certamente vem de diversas fontes. Sua formação, seus ideais, sua família e os camaradas que caminharam junto certamente deram a ele uma enorme disposição para a luta.

Quem sou eu para abaixar a cabeça! Se por alguns instantes faltar disposição, penso na luta de Galdino e do próprio Erazê. Olho para os lados e vejo quanto ainda vale a pena e continuo em frente neste caminho cheio de obstáculos que exigem coragem e disposição para superá-los. Talvez seja a tal ‘Força Estranha’.

Pedro Bigardi – PCdoB/SP



 

Da redação,
Priscila Lobregatte