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EUA divulgam lista hipócrita de "patrocinadores do terrorismo"

O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira (5) a atualização anual da sua hipócrita lista de inimigos declarados, insistindo em colocar nela os Estados do Irã, Cuba, Sudão e Síria, como aqueles que patrocinam "atividades terroristas" no mundo.

Segundo o documento, esses países dão "apoio crucial a grupos terroristas sem Estado". O documento qualifica assim os estados que não estão alinhados com sua política imperialista. Assim, não lista como praticantes de terrorismo de Estado países como por exemplo Israel, Colômbia e Paquistão, sobejamente conhecidos por agirem de forma ilegal em território estrangeiro, ocupações ou apoio a guerrilhas estrangeiras.

"Sem os Estados patrocinadores, esses grupos teriam grandes dificuldades para obter os fundos, as armas, os materiais e as áreas seguras que necessitam para planificar e conduzir suas operações", fantasia o relatório.

O Irã é travestido como o "Estado mais ativo no patrocínio do terrorismo", segundo insinua o Departamento de Estado. Segundo ele, o país seria o mentor intelectual, financeiro e militar de grupos como o Hezbolá libanês, o Hamas palestino e algumas outras forças como a Jihad Islâmica palestina.

Os EUA insistem também em instigar Cuba, dizendo que o país dá "refúgio físico e apoio ideológico" a grupos que os EUA chamam de terroristas, "embora não apoie mais a luta armada na América Latina e em outras partes do mundo". Diz ainda que, embora Cuba condene a rede Al-Qaeda, segue criticando os Estados Unidos na forma como combate o terrorismo.

Para os EUA, Cuba auxiliam forças guerrilheiras colombianas como as Farc e o ELN e também o grupo independentista basco ETA. O relatório segue seu corolário de acusações, citando também a Síria. Sempre com um "apesar" a iniciar uma frase, os americanos impingem aos sírios um apoio material e financeiro aos mesmos grupos que o Irã apoia.

"Apesar de a Síria ter assinado convenções e protocolos internacionais em relação ao terrorismo e funcionários de seu governo condenaram publicamente o terrorismo internacional". Porém, segue o texto, os pecadores sírios "seguem insistindo em que há uma distinção entre os ataques terroristas e os ataques lançados por 'movimentos de libertação nacional', comprometidos em uma resistência armada ilegítima, inclusive os grupos palestinos", perpetra o documento.

Nenhuma palavra sobre as criminosas ações de Israel contra os palestinos da Faixa de Gaza, por exemplo. Nenhuma letra condenando a invasão criminosa das forças armadas da Colômbia em território equatoriano. Nenhuma alusão aos crimes cometidos pelos espiões israelenses travestidos de turistas ingleses em Dubai, em maio passado.

Nenhuma linha sobre o apoio descarado do governo paquistanês à guerrilha afegã do Talibã, que recebe inclusive armamento americano destacado para as forças militares paquistanesas e desviado para a guerrilha. O assunto tem sido debatido de forma intensa entre os militares do Pentágono.

A administração Obama, no entanto, conseguiu resistir à ideia de reincluir a República Popular Democrática da Coreia na sua listinha dos "mais odiados". Em 2008 o Departamento de Estado, sob administração Bush, tirou a Coreia do Norte por força de um acordo que teve de assinar com o governo de Pyongyang, para que o país asiático abandonasse o programa nuclear que desenvolve.

Da redação, com agências