Fotos mostram abusos de tropas israelenses a palestinos em Gaza

Entre as imagens disponibilizadas ontem, uma mostra um soldado apontando uma espingarda contra a cabeça de um palestino com o rosto coberto. Em outra, numa cozinha, os militares aparecem ao lado de duas mulheres de hijab (véu islâmico) cozinhando.

Num terceira, eles picham uma estrela de David na parede de uma residência, junto à frase "em seguida voltaremos". Outras mostram militares com suas armas, uniformes e capacetes posando em lares palestinos em aparentemente tom de deboche.

A ONG afirmou ter divulgado as imagens em sua página do Facebook para rebater a versão dos militares de que a conduta imprópria dos soldados é uma exceção. "Nós continuaremos a liberar fotos de tempos em tempos para provar que esta é a norma, desse modo é que os soldados se comportam e esse é o preço da ocupação", afirmou um membro do grupo, Yehuda Shaul. "Nós perdemos nossa habilidade de ver os palestinos como nossos iguais".

O grupo recolhe depoimentos, geralmente anônimos, de soldados que contam casos de abusos contra palestinos. "Recebemos as fotos há dois meses e estamos 90% seguros de que foram tiradas em Gaza durante a operação Chumbo Fundido (dezembro 2008-janeiro 2009)", declarou à Agência Efe Yehuda Shaul, membro da organização. Os detalhes das fotos, como as unidades militares ali mostradas, sustentam essa versão.

Os militares dizem "lamentar" que o grupo tenha publicado as fotos, em vez de levar o material diretamente ao Exército para uma investigação. A instituição ressaltou que as imagens não refletem os valores dos militares.

A divulgação das fotografias se dá após a de um vídeo no início do mês de um jovem militar de uniforme que dançava alegremente ao ritmo de música árabe ao redor de uma palestina que permanecia algemada, virada para a parede e com o rosto vendado.

Há poucos meses houve um escândalo similar com a publicação no "Facebook" de fotos da ex-soldado Eden Abergil, nas quais posava alegremente junto a palestinos detidos, algemados e com os olhos vendados.
 
Também neste ano, um vídeo mostrou um grupo de soldados patrulhando na Cisjordânia parando de repente para realizar uma coreografia musical.

Com agências