Inácio Arruda: “2011 será de maior felicidade para o brasileiro”

Em entrevista ao programa Rádio Rebate veiculado pela Rádio Universitária FM no dia 06/12, o Senador Inácio Arruda falou sobre a importância dos recursos do pré-sal para a Educação, as eleições da presidente Dilma Rousseff e do Governador Cid Gomes e ainda sobre a participação do PCdoB nas duas esferas.

Segundo o Senador Inácio Arruda, a recém aprovada emenda que destina 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação representa uma grande vitória. “Isto significa que a educação básica infantil no Brasil terá recurso garantido”, comemora. O comunista confirma que após a destinação destes recursos para a Educação, criou uma discussão com outros setores – ambiental, Ciência e Tecnologia, Saúde, aposentados e até com programas assistenciais do governo. “As pessoas não entendem que a destinação deste investimento para a Educação irá mexer com todos esses setores. Todos serão beneficiados indiretamente”, considera.

Para Inácio Arruda, ainda não é possível ter a dimensão de quanto será este montante. “A cada dia, aumenta a expectativa da produção de barris. A previsão é de que em 2016, o país comece a explorar os poços. Além disso, não iremos produzir apenas petróleo bruto. Só no Nordeste, estão sendo construídas três refinarias que beneficiam ainda mais o produto. Este recurso é imenso”, contabiliza.

O Senador defende que estes recursos vão muito além que o beneficio para os alunos. “Projetamos para o futuro transformar o professor da escola pública em professor com dedicação exclusiva. É inconcebível um professor dar aula de manhã no Pirambu, a tarde no Conjunto Ceará e a noite no Caça e Pesca. Ele precisa ler, descansar, corrigir uma montanha de provas e, com esta carga de trabalho isso não e possível”, avalia.

Inácio acrescenta que o bom professor precisa entender a realidade social do aluno e ter proximidade com suas famílias. “Acreditamos nesta mudança drástica. Ela tem que ser enfrentada. Se o professor recebe o salário de três escolas, por que não este valor ser recebido numa escola só e ele se sinta mais preparado para dar uma boa aula? Podemos alcançar este objetivo, mas temos que ter recursos”, acredita.

CSS

Questionado sobre Contribuição Social para a Saúde (CSS), o Senador Inácio Arruda defende a possível volta do tributo. “A nova proposta de CPMF caiu no governo anterior pelo grau de conservadorismo do Senado. Agora, com maioria no Senado, as chances de aprovação da nova contribuição são grandes. Este será o tributo de menor alíquota – previsto para ficar em torno de 0,08% da movimentação financeira – e tem destino nobre”.

Comparando a CSS com o ICMS cobrado na energia no Ceará, o Senador defende: “Atualmente pagamos 27% de ICMS em cima da energia no Estado. Nunca vi campanha pela redução desta tarifa considerada insumo básico. E não me refiro só ao Ceará, mas ao país inteiro”, argumenta.

Disputas no Senado

As formações dos chamados “blocões” de partidos no Senado foi outro ponto levantado durante a entrevista. Segundo Inácio Arruda, em fevereiro próximo, muda a composição do Senado e, desta vez, o Governo terá maioria. Diante disto, começam a surgir nomes que disputam voz na Casa. “No Senado, as disputas se dão por espaços dentro da Casa para dirigir comissões mais importantes, além da disputa pela Presidência, Vice-Presidencia e 1ª Secretaria”.

Sobre a participação do PCdoB dentro destes espaços, Inácio informa: “Como dobramos nossa bancada, antes o PCdoB tinha um Senador e agora tem dois, iremos pleitear a direção de alguma comissão de peso. É importante saber trabalhar e intensificar nossa articulação junto aos aliados de forma a conseguir este espaço dentro do Senado”, projeta.

Cargos no Ceará

Assim como está pendente a definição do Ministério da Presidente Dilma, Inácio Arruda também foi questionado sobre a escolha do novo secretariado de Cid Gomes. O Senador enfatiza que os cargos são do Governador e cabe a ele indicar os nomes para ocupar cada secretaria. “Lógico que gostaríamos de continuar nosso trabalho primoroso na Secretaria de Saúde do Estado, mas não temos apego. Temos clareza de que quem decide é o Governador”, confirma.

Sobre a atuação do PCdoB na Secretaria de Saúde, Inácio Arruda enfatiza o grande trabalho desenvolvido nos últimos anos no Ceará. “As Policlínicas anunciadas por José Serra (PSDB) durante a campanha, foi baseada no trabalho que já está sendo implementado aqui. Enquanto ele prometia 200 unidades para todo o país, só aqui serão 21. Todas as regiões do Ceará serão contempladas com atendimentos em quase todas as especialidades”, enaltece.

Além disso, acrescenta o Senador, a Secretaria de Saúde liderada pelo Deputado João Ananias e que teve o trabalho encaminhado pelo atual Secretário Arruda Basto, está implantando 33 unidades de pronto atendimento, dois hospitais regionais e 17 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). “Isso tudo discutido em conjunto: Secretaria e Ministério da Saúde. Deixaremos um legado extraordinário para a saúde do Ceará”, comemora.

Influência de Cid em plano nacional

Para contextualizar a influencia do Governador Cid Gomes no cenário nacional, o Senador buscou comparar a Dilma. “Enquanto a oposição dizia que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) era uma lista desde o tempo de Fernando Henrique Cardoso, eu concordava que era verdade. A diferença é que Dilma viu e executou. É com este viés que a presidente eleita olha pra Cid: ele, assim como ela, planeja e executa”, compara.

Para Inácio Arruda, Cid Gomes colocou o Ceará dentro do mapa do Nordeste e do Brasil. “Ele tem uma extraordinária capacidade de enxergar o Estado, olhar o país por inteiro e executar obras de forma interligada sempre comprometido com as políticas do Governo Federal”, reconhece.

Com as proximidades das festas de final de ano, o Senador Inácio Arruda tem expectativa positiva para 2011. “Considero que o próximo ano será o de maior felicidade do povo brasileiro. Após três vitórias consecutivas das forças progressistas no país, visualizo um cenário de consolidação do projeto de desenvolvimento nacional. E este é um fato extraordinário”. Para o Senador, esta sequência de governos eleitos de forma democrática traz consigo um viés popular. Inácio Arruda encerra a entrevista parafraseando Chico Buarque. “O Brasil não precisa falar fino com Washington, nem fala grosso com Bolívia e Paraguai”, comemora.

De Fortaleza,
Carolina Campos