Frente de resistência em Honduras realiza assembleia nacional
A expectativa é que este sábado (26) seja de grande importância para o movimento que luta contra o golpe de Estado em Honduras. Será o dia da realização da Assembleia Nacional da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), evento em que Manuel Zelaya, presidente deposto em junho de 2009, será ratificado como coordenador da resistência.
Publicado 26/02/2011 15:39
A ideia é chamar os delegados da Frente a "recuperar a confiança do povo resistente na FNRP” e exigir uma Assembleia Nacional Constituinte, assim como o retorno de Zelaya ao país. A expectativa é que mais de mil delegados participem do encontro, que acontecerá em uma instituição de ensino médio em Tegucigalpa.
Mesmo longe de Honduras, Manuel Zelaya segue apoiando o povo hondurenho. Na última quarta-feira (23), enviou de Santo Domingo, na República Dominicana, uma carta para os integrantes da Frente por ocasião da Assembleia Nacional. No documento, ressaltou a importância de ter confiança na resistência e de dar seguimento à luta.
"A poucas horas de dar início ao evento mais importante na história política hondurenha, desde a formação dos partidos políticos tradicionais, chamo a todos os membros da FNRP a impulsionar um movimento de liberação nacional baseado em princípios e ideias revolucionárias, pró-socialistas, para construir uma nova sociedade”, destacou.
Na carta, Zelaya considerou que ainda não é o momento do movimento participar de eleições, já que os organismos de justiça estão nas mãos de pessoas relacionadas ao Golpe. Ao mesmo tempo, lembrou que há possibilidade de mudanças.
"Está claro que, neste momento, nossa participação nas eleições teria efeitos mais destrutivos que positivos; não existem condições e o controle dos golpistas sobre todos os organismos de aplicação de justiça deixa inviável, por hora, esta possibilidade. No entanto, a realidade é dinâmica e as conjunturas podem mudar e estas nos obrigam, às vezes, de maneira súbita, a tomar decisões transcendentais. Não estar pronto não quer dizer que devemos estar imóveis; ao contrário, obriga-nos a levar nossa luta a níveis de ação organizada para exigir e pressionar até que as condições sejam as que requeremos”, declarou.
Na oportunidade, o mandatário hondurenho deposto ainda afirmou que a FNRP deve continuar com os trabalhos de organização, formação e mobilização no país e chamou a todos a avançar na proposta de autoconvocação para assembleia constituinte para, assim, elaborar uma nova constituição para o país.
"Exigir a reestruturação do Estado democrático, o fim da impunidade pelos crimes de lesa humanidade e a convocatória a uma Assembleia Nacional Constituinte ampla, includente, justa, soberana e originária é uma missão da qual não podemos retroceder”, reforçou.
Para ler a carta de Manuel Zelaya na íntegra, acesse: http://www.resistenciahonduras.net/index.php?option=com_content&view=article&id=2214:carta-para-asamblea-del-26-de-febrero&catid=95:resistencia&Itemid=334
Com Adital