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Imperialismo demonstra ansiedade: Reino Unido expulsa líbios

O governo do Reino Unido tomou nesta quarta-feira (27) a decisão de expulsar o pessoal da embaixada líbia no país, em seguida a reconhecer como "legítimo" o grupo de amotinados líbios que se rebelou contra o governo de Muamar Kadafi a partir de fevereiro último, e que desde então tem recebido ajuda monumental do imperialismo para, sem sucesso, derrubar o governo do país norte-africano.

Na quarta-feira, os amotinados que recebem uma valiosa ajuda do imperialismo na sua luta contra Kadafi tiveram mais uma mostra de apoio, com a declaração britânica que reconhece "diplomaticamente" a liderança "rebelde".

Com a agressão presa em um beco sem saída, já que se passaram quatro meses e Kadafi não sai do poder nem o povo se rebela contra ele, o Reino Unido, uma das principais forças agressoras da campanha imperialista, expulsou os diplomatas do governo líbio de Londres, ao mesmo tempo que convidou o Conselho Nacional de Transição, dos amotinados, para substituí-los.

Apesar dos ataques, por vezes devastadores, realizados pela aviação do Pacto Militar do Atlântico Norte contra instalações civis e militares da Líbia, o governo local conta com apoio efetivo da população e a parcela do exército que se amotinou e dirige uma rebelião contra Kadafi a partir de Bengazi se encontra em um beco sem saída, com a paralisação do avanço sobre as tropas do exército líbio.

Em uma atitude que traduz a ansiedade que vivem duas nações diretamente implicadas na agressão militar, o Reino Unido e a França removeram a exigência de que Kadafi deixasse o país, como parte de algum acordo que viesse a ser realizado.

Dinheiro para os amotinados

O ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, anunciou hoje que o Reino Unido reconhece agora os rebeldes como governo legítimo da Líbia, ao mesmo tempo que desbloqueou 91 milhões de libras em bens congelados do país, que serão repassados aos amotinados.

"Esta decisão reflete a crescente legitimidade, competência e sucesso do Conselho Nacional de Transição em buscar a adesão de líbios de todo o país", disse Hague, o mesmo funcionário britânico que afirmou, com pompa e circunstância no início da agressão contra a Líbia, que Kadafi estava "fugindo" para a Venezuela.

Os Estados Unidos e seus satélites já reconheceram os amotinados como "força governante" e liberaram bilhões de dólares em recursos que haviam sido confiscados da Líbia. A Rússia criticou essa posição, denunciando os países por tomarem partido na guerra civil desatada pela agressão ocidental.

Apesar de quatro meses de ataques aéreos diários da Otan contra a Líbia, os amotinados não avançaram em direção a Trípoli.

Na Rússia, procura por solução

Na semana passada, o Ministro das Relações Exteriores da Líbia, Abdul Ati al-Obeidi, esteve em Moscou para reunir-se com seu homólogo russo, Sergei Lávrov. O objetivo das reuniões era encontrar uma maneira de colocar fim à agressão da Otan.

Segundo a mídia russa, o diálogo entre as duas autoridades foi considerado "muito intenso". De acordo com o site Pravda.Ru, o plano proposto no início desta semana seria:

  1. As duas partes no conflito (o governo de Muamar Kadafi e os amotinados na parte oriental do país) consentiriam em realizar negociações para terminar o conflito;
  2. Há indicações que as duas partes estão de acordo em criar uma espécie de governo conjunto provisório. Este será composto por dois membros de cada "lado" que, juntos, elegerão um quinto membro, que será neutro; 

Pelo lado líbio há uma vontade coletiva pela paz, no entanto, por parte do Pacto Militar que agride o país a vontade é eliminar o mandatário líbio, que mantém grande popularidade entre três quartos da população.

A parte líbia aceitou o plano, pois Kadafi, oficialmente, não ocupa nenhum lugar na Líbia desde 1977, sendo apenas considerado como o "irmão líder". Quanto à sua retirada da cena política, a questão é que já estava a retirar-se mas esta questão cabe aos líbios e, neste momento, nem se discute.

Outra saída plausível estudada com mais afinco pela coalizão agressora, liderada pelo imperialismo norte-americano, é a instalação de um governo dirigido pelos amotinados, com dinheiro roubado da Líbia e que constitua um novo Estado no oriente do país, como algo do tipo República Cirenaica. Diante da ansiedade cada vez maior das forças que estão por trás da agressão, a ideia pode ser considerada em breve no plano diplomático e político.

Com agências